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Superliga Masculina

Lucão vê fezes em vestiário como caso isolado e esfria "Bom Senso" do vôlei

14 jan 2014 - 07h39
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Talvez nem mesmo o meio de rede Lucão, do Sesi (SP), esperasse a repercussão da foto que publicou no fim de semana após o jogo de sábado contra o Voltaço, em Volta Redonda (RJ), pela Superliga masculina de vôlei. Após o duelo pela quarta rodada do segundo turno da competição, o atleta registrou imagem dos vestiários sujos no Ginásio Ilha de São João – o chão do local tinha um copo descartável e fezes caninas.

Em conversa por telefone com o Terra, Lucão afirmou que os vestiários do ginásio se encontravam “em péssimo estado” e se mostrou preocupado “por causa da saúde dos atletas, já que a gente trabalha com nosso corpo, com nossa saúde”. Segundo ele, o registro do final de semana pode ser considerado um caso isolado, mas as condições para os jogadores que disputam a Superliga poderiam melhorar.

“Não digo que foi uma ‘cornetada’. Mas preocupa-se muito com a imagem da Superliga e nem sempre é assim. É uma questão de estrutura de ginásio, qualidade da quadra – não só para os atletas, mas para todos que vão ver o espetáculo. Foi mais uma chamada de atenção para a próxima vez”, disse Lucão.

Segundo a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBF), organizadora da Superliga, o regulamento da competição diz que “cabe ao clube mandante oferecer as condições adequadas de todos os equipamentos do ginásio”. Ainda assim, Lucão isentou o Voltaço de responsabilidade diante das condições do local.

“Aquilo (foto) partiu mais para um alerta. A gente comentava na volta (do jogo) que isso (vistoria) cabe ao delegado da partida, para ver se está tudo em ordem, tudo certo. A gente não quer nem culpar o Voltaço – mas, do jeito que estava, você não trata nem o pior visitante da sua casa”, disse o meio de rede. “A gente fica preocupado pelo Voltaço, que treina ali o tempo inteiro”, completou.

Ainda que a repercussão na imprensa tenha surpreendido Lucão, o jogador se mostrou satisfeito por não ter sofrido represálias – pelo contrário, contou com o apoio de seguidores e atletas nas redes sociais.

“Depois que saiu nos meios de comunicação, fiquei preocupado de repercutir negativamente do meu lado, mas a gente percebeu uma revolta da torcida que acompanha o vôlei. Mas não sofri nenhum represália”, contou. “Os comentários do Instagram foram bem bacanas, todo mundo meio que revoltado. Recebi uma ou outra mensagem que nosso vôlei está assim. Bastante gente viu e ficou chocado. É uma coisa que é simples de resolver, mas tem que ter alguém responsável por isso.”

Registro de Lucão foi feito em vitória do Sesi (foto) sobre Voltaço no sábado
Registro de Lucão foi feito em vitória do Sesi (foto) sobre Voltaço no sábado
Foto: SESI / Divulgação

O discurso por mudanças pode soar semelhante ao que respira no momento o futebol brasileiro, graças ao movimento Bom Senso FC. Coincidência ou não, Lucão trabalha com a mesma agência de gerenciamento de carreira de Paulo André, zagueiro do Corinthians que encabeça as manifestações nos gramados. No entanto, Lucão descarta influência, e vê como pouco provável uma manifestação semelhante no vôlei.

“Ele já possui o sindicato montado, já tem uma ideia melhor de direito, de burocracia. Mas o vôlei, hoje em dia, ainda é muito amador desse lado. As equipes ainda não se preocupam. Agora que a gente viu que o vôlei está perdendo bastante patrocínio, a gente está correndo atrás do tempo perdido”, criticou.

Apesar do tom, Lucão descartou tal mobilização na Superliga. “Até já esqueceram do que aconteceu. É um caso isolado. Mas é mais uma coisa que a gente coloca para que possa ser melhorada”, analisou.

Fonte: Terra
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