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Superliga Masculina

Michael relembra em livro insultos homofóbicos sofridos em quadra

3 abr 2012 - 17h33
(atualizado às 18h23)
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No dia 1º de abril de 2011, Michael, meio de rede do Vôlei Futuro, era hostilizado por um ginásio do Riacho lotado. E não era uma daquelas brincadeiras próprias da data; o caso, uma manifestação homofóbica, tornou-se um dos episódios mais marcantes de preconceito no esporte. Um ano depois, o atleta, novamente nas semifinais da Superliga, volta a falar sobre preconceito no livro Toda maneira de amor valer a pena, da jornalista Bety Orsini.

"Eu jamais tinha sido hostilizado daquele jeito, até porque o vôlei tem uma cultura mais família, de respeito. O ginásio estava lotado, era todo mundo gritando, me chamando o tempo todo de 'bicha'. O jogo foi passando, as pessoas não paravam. Aquilo foi me irritando. Quando sacava e ia para o banco, uma menininha de uns 10 anos, sentada atrás de mim, gritava 'bichaaaaaaaaaaaaa'. Fiz cara feia para ela. E para todo mundo", conta o meio de rede, em depoimento à autora.

Frequentemente ignorado em campos de futebol e em outras arenas da vida, o preconceito foi encarado com coragem pelo jogador. Depois da exposição em rede nacional, ao invés de se abater, Michael assumiu publicamente sua homossexualidade.

"As pessoas me cumprimentaram, disseram que tive muita coragem de ir à televisão. Jamais tive problema com isso e nunca falei nada antes porque não era necessário. É só olhar para mim e ver que sou gay", afirma.

O livro foi escrito por Bety Orsini a partir de entrevistas com 20 pessoas que, em algum momento, foram discriminadas por sua orientação sexual. Entre a fatídica semifinal de 2011 e lembranças da adolescência, Michael fala sobre uma ida com amigos a uma casa de prostituição, ocasião em que teve a certeza de não se sentir atraído pelo sexo oposto.

"Logo que a gente chegou ao quarto, perguntei à mulher se ela poderia colocar um filme pornô para ver se eu sentiria alguma coisa. Eu só ficava pensando: 'como vou fazer esse negócio?'", lembra.

Por conta do episódio no ginásio do Riacho, o Sada Cruzeiro foi multado em R$ 50 mil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Michael falou sobre o caso de preconceito que sofreu
Michael falou sobre o caso de preconceito que sofreu
Foto: Getty Images
Fonte: Lancepress!
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