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Superliga Masculina

Ingressos se esgotam, e somente associados verão Vôlei Futuro x RJX

12 abr 2012 - 13h07
(atualizado às 13h10)
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Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

Apenas torcedores associados ao Vôlei Futuro poderão assistir ao jogo entre a equipe de Araçatuba e o RJX, do Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira, no ginásio de esportes Plácido Rocha, em Araçatuba, pelas semifinais da Superliga masculina de vôlei. Isso porque os ingressos que seriam colocados à venda nesta quinta-feira para não-sócios foram esgotados em menos de três horas, na manhã desta quarta-feira, pelos associados do clube. Por isso, os torcedores que não são sócios só terão como assistir ao jogo pela TV.

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Na manhã desta quinta-feira um grupo de torcedores não-sócios promoveu tumulto na tentativa de obter mais ingressos para o jogo, mas com a chegada da Polícia Militar a concentração foi dispersada. A assessoria do clube não soube informar quantos ingressos foram comprados pelos associados, mas a capacidade do ginásio é de 2,2 mil torcedores. Há ainda ingressos com emissoras de TV e outros destinados para os torcedores do RJX, mas o clube também não soube informar a quantidade desses bilhetes ou o número total de sócios-contribuintes que possui.

Embora tenham tido a preferência na compra, houve torcedores associados que chegaram ainda na noite de terça-feira para comprar os ingressos, que seriam colocados à venda no dia seguinte. Centenas de associados passaram a madrugada na arquibancada do ginásio esperando a abertura das bilheterias às 9h de quarta. A fisioterapeuta Carla Katsuda foi a primeira a chegar, às 23h30 de terça-feira. "Eu esperaria três dias se fosse preciso. Sou fã número 1 deste time", disse.

Essa disposição dos torcedores - na maioria mulheres e muitos da terceira idade - demonstra a simpatia e o orgulho que Araçatuba tem pelo projeto que está por trás desta equipe de vôlei, fundada em 2002. O que era para ser apenas um time de veteranos se transformou num projeto que insere crianças carentes na prática desportiva e em atividades culturais e recreativas, e ainda forma a base para a equipe principal, que por sua vez, possui uma das melhores estruturas do vôlei do País.

"Não é um clube comum, é um projeto importante, o que fez com que toda cidade abraçasse o vôlei, pensando no futuro melhor para nossas crianças", diz Carla Katsuda. "O importante não é só o time, de estrelas, mas sim o projeto em si, que promove a cidadania, evita com que essas crianças fiquem expostas a riscos e passem a acreditar numa chance de vida por meio do esporte", conta Marcos Carnelossi, coordenador das categorias de base e dos núcleos de formação do Vôlei Futuro.

Estrutura

O projeto é mantido pela Sai da Toca Cultural, uma ONG criada em 2005 para subsidiar e gerenciar os projetos do time. Atualmente, são três projetos, com 2,3 mil crianças de nove a 18 anos de idade, em dezenas de núcleos espalhados por toda a cidade. Um deles, o projeto Basquete Clube, com 500 crianças, além de promover a cidadania por meio do esporte também forma atletas para a equipe do Basquete Clube, cuja equipe feminina está na divisão principal e espera ter o mesmo sucesso do vôlei em breve.

Outro projeto é o Vem Pra Rede, com cerca de 900 crianças da periferia que praticam todos os dias diversas modalidades, como futebol, basquete, atletismo e dança, e também participam de atividades de lazer e cultura.

O principal objetivo é mesmo o projeto Vôlei Futuro, o primeiro criado, atualmente com 889 crianças que praticam vôlei em 16 núcleos na cidade, além das equipes das categorias mirim, infantil e infanto-juvenil, masculinas e femininas, que disputam o campeonato de vôlei estadual e formam atletas para a base da equipe principal do Vôlei Futuro.

"O técnico César Douglas, que hoje dirige o time principal era técnico da equipe mirim. Temos jogadores na equipe principal, como o Alan e o Caio, que saíram desta base", diz Carnelossi, que também foi um dos fundadores do Vôlei Futuro e técnico da equipe feminina que em 2006 subiu para a principal divisão do vôlei. Segundo Carnelossi, uma das atividades dos atletas do time principal é ir aos núcleos para contar suas trajetórias de vida. "Muitas crianças se inspiram neles", diz.

Mas segundo Carnelossi, o segredo do sucesso da rede que envolve a equipe VF está na estrutura disponibilizada com ajuda dos patrocinadores, que vai desde assistência hospitalar e médica para as crianças a um programa de computador usado pelo time adulto, que segundo ele, é o mais avançado do País.

"Nosso programa datavôlei é mais avançado do que o programa usado pela seleção brasileira", diz. Para acessar o programa, casa jogador usa um Ipad. "A estrutura dá suporte para este sucesso. Temos um ginásio de esportes excelente, temos uma academia que é uma das melhores do País, há assistência médico-hospitalar de qualidade e os profissionais recebem apoio necessário para aperfeiçoamento", diz.

Carla Katsuda esperou horas na fila para ver a semifinal da Superliga masculina
Carla Katsuda esperou horas na fila para ver a semifinal da Superliga masculina
Foto: Chico Siqueira / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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