Yohansson reclama de cansaço, mas espera "beliscar medalha" nos 400 m
4 set2012 - 07h39
(atualizado às 11h00)
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Danilo Vital
Direto de Londres
Campeão dos 200 m T46 nos Jogos Paralímpicos de Londres, Yohansson Nascimento pediu para dar entrevista abaixado e encostado à grade da zona mista na manhã desta terça-feira, depois de se classificar à final dos 400 m T46. De cabeça baixa, disse que o cansaço deve ser o principal adversário na final, que será disputada às 16h54 (de Brasília), mas que pode "beliscar" mais uma medalha.
"A prova dos 400 m não é a minha principal, mas estou bem treinado. Espero agora que, na final, Deus me abençoe mais uma vez com um lugar no pódio", disse o corredor, que cravou o quarto melhor tempo na eliminatória, fazendo 50s18. Trata-se de seu melhor desempenho na temporada, embora sua marca mais baixa tenha sido 49s71.
"Eu vim para aqui para brigar por medalha em todas a provas, independente de ser de ouro, prata ou bronze. Na primeira prova consegui ouro, e na segunda prova vamos ver o que vai dar", disse Yohansson, ofegando pelo cansaço. "É uma prova dura, mas eu estou preparado. Não foi meu foco treinar para os 400 m, mas sei que, se der melhor, posso beliscar uma medalha à noite (horário local)."
Na outra eliminatória, Emicarlo Souza terminou com a quarta colocação e tempo de 50s40, o suficiente para leva-lo à final. "Fui para a prova com uma tática para me classificar, mas saí muito fraco. Apertei um pouco a partir dos 300 m, e aí faltando 100 m não deu pra reagir. Faltou velocidade, de passada", lamentou o atleta, insatisfeito com o desempenho.
Três vezes medalha de ouro em Jogos Olímpicos, José Roberto Guimarães conta com um parente representando o Brasil nas Paralimpíadas: o irmão, Fernando Lages Guimarães
Foto: Fernando Borges / Terra
Assim como Zé Roberto (treinador campeão olímpico em 1992, 2008 e 2012) Fernando Lages Guimarães é técnico de vôlei: da Seleção Brasileira masculina de vôlei sentado
Foto: Fernando Borges / Terra
Fenando, porém, foge do "senso comum" e frisou que gosta de resgatar o parentesco
Foto: Fernando Borges / Terra
"Eu faço questão que as pessoas saibam, eu gosto que falem. 'O cara' é ele, o único tricampeão olímpico do Brasil. Não tem o menor problema. Eu até uso isso porque, para mim, é bom", disse Fernando
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"Não tem comparação. Mas isso só ajuda. Sou fã dele primeiro como homem. E eu espero que comparem mesmo. Se eu conseguir fazer um décimo que ele fez, está ótimo", complementou Fernando
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Fernando Lages Guimarães, aliás, compôs a comissão técnica da Seleção feminina de vôlei na Olimpíada de Pequim 2008: ele era fisioterapeuta
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Mas Fernando não caiu de paraquedas na Seleção masculina de vôlei sentado: no passado, ele desenvolveu um trabalho pioneiro com deficientes físicos chamado hipoterapia, com uso de cavalos
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"Estou tentando trazer modelo que dá certo para o vôlei de pé para o vôlei sentado", explicou
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Ainda não há perspectiva de atingir o patamar de Zé Roberto no vôlei sentado, mas ele já nota a evolução da equipe, que deu trabalho ao bicampeão paralímpico Irã na derrota desta segunda-feira
Foto: Fernando Borges / Terra
"Temos futuro bem legal pela frente", apostou Fernando Lages Guimarães