Cuca fala em promessa por título, "ignora" Bayern e brinca sobre amuleto
O Atlético-MG não vencia um título internacional desde 1997, quando faturou a hoje extinta - e naquela época já pouco expressiva - Copa Conmebol. Em cenário nacional, o quadro era ainda pior: o último grande troféu foi o Campeonato Brasileiro de 1971, único da história do clube. Até que chegou Cuca. O técnico conseguiu contornar um começo difícil, montou um elenco vencedor e levou a equipe ao principal título da história: a Copa Libertadores da América deste ano.
Com jeito simples, o treinador conseguiu levar o Atlético-MG a disputar a principal competição interclubes do planeta: o Mundial da Fifa, que neste ano acontece no Marrocos. E é justamente sobre isso que o comandante alvinegro fala, em entrevista exclusiva concedida ao Terra. O torneio que virou obsessão de todo atleticano, e que o arquirrival Cruzeiro ainda não possui, é a principal pauta em conversa com a reportagem.
O supersticioso técnico falou a respeito da preparação para a competição, evitou dizer algo sobre o Bayern de Munique - possível rival em uma eventual decisão -, mencionou fazer promessa para o caso de título e assegurou que vai seguir usando seu amuleto, uma camisa de Nossa Senhora, por baixo do terno e gravata, se for preciso.
Confira, a seguir, a entrevista concedida por Cuca ao Terra:
Terra: como você avalia a preparação para o Mundial?
Cuca: acho que foi bem conduzida. Queríamos acabar com moral no Brasileiro, e é o que aconteceu. Acabamos o Brasileiro jogando bem, com boa posição. Agora é dar sequência nessa posição.
Terra: utilizando o Brasileiro como preparação, o Atlético-MG conseguirá chegar bem ao Mundial?
Cuca: é o que imaginamos, acabar bem o Brasileiro para chegar com moral, em bom momento. Chegar mal vem desconfiança, incerteza. Acho que fomos bem.
Terra: você é muito religioso, já fez alguma promessa pelo título?
Cuca: ainda não, vou fazer com certeza (risos).
Terra: e a camisa de Nossa Senhora, vai seguir usando ou vai trocar pelo terno?
Cuca: posso usar terno e gravata. Ela vai estar presente, por baixo. Mas não sou de terno e gravata, nunca usei e não vai ser lá que vou usar. Vou seguir do jeitinho que eu sou.
Terra: o que você pode falar sobre o Bayern?
Cuca: eu, sinceramente, prefiro falar do Bayern depois. A gente tem outro compromisso antes que eu imagino que será o Monterrey (pela semifinal do Mundial). É um time bom. Como é que falo do Bayern, mas depois não vou à final. Aí vão me dizer: 'você quis falar do Bayern, olha aí!’. Temos que falar e preparar para jogar com Monterrey. Se jogar bem pegamos corpo e confiança para o Bayern.
Terra: como está a expectativa para o Mundial?
Cuca: pensamento de treinar bem, estar bem com o pessoal, para que a gente possa fazer jogo perfeito. Dois jogos perfeitos.
Terra: a alimentação lá é diferente daqui. O Atlético-MG vai levar cozinheiros, enfim, uma equipe para isso?
Cuca: vamos levar cozinheiro e nutricionista. Já está tudo certo.
Terra: sobre a troca de Bernard por Fernandinho. São jogadores de características diferentes, o que você pode falar?
Cuca: não é característica tão diferente, mesmo setor, gosto da individualidade, dois jogadores competitivos, cada um na sua forma. O Bernard na habilidade, o Fernando na força, mas tem habilidade também, protege bem a bola, usa o corpo. Fernandinho eu já falei: foi uma benção, um achado. O Bernard segue a vida dele, excelente profissional e pessoa.
Terra: o Felipão já disse que conversa muito com você por telefone. Ele já falou algo sobre o Diego Tardelli?
Cuca: não, não, nunca disse nada.
Terra: você acha que Tardelli e Ronaldinho têm vaga na Seleção Brasileira?
Cuca - Eu não posso falar, não sou técnico da Seleção. Treino o Atlético-MG. Quem escala é o Felipão.
Terra: o Tite ganhou o Mundial, mas deixou o Corinthians no fim do ano. O que você pensa disso. Vencendo ou não o Mundial, como você pensa isso e até seu futuro no clube?
Cuca: três pontinhos. É isso que eu penso. Vamos para o Mundial, este é meu pensamento, vamos lá.