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Medicina do Esporte

Saiba como evitar lesões nos tendões do tornozelo

23 nov 2012 - 07h37
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Os tendões fibulares são dois ligamentos localizados na altura do tornozelo, sendo um curto, situado na lateral, e outro longo, na parte interna. Ambos atuam tanto na estabilização quanto no movimento do pé durante a corrida, sendo dessa forma muito exigidos durante a prática e consequentemente suscetíveis a lesões. Segundo Ricardo Cury, doutor em ortopedia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, a mais comum em se tratando de corredores é a tendinopatia, uma inflamação que pode acometer os ligamentos devido ao esforço excessivo ou mesmo por conta do formato do pé, que também pode favorecer a um desgaste maior dos mesmos.

Os tendões fibulares são dois ligamentos localizados na altura do tornozelo, que atuam tanto na estabilização quanto no movimento do pé durante a corrida
Os tendões fibulares são dois ligamentos localizados na altura do tornozelo, que atuam tanto na estabilização quanto no movimento do pé durante a corrida
Foto: Getty Images / Terra

"A inflamação pode acometer a região lateral do pé, por trás da fíbula (osso localizado na face lateral da tíbia, antigamente conhecido como perônio), causada por excesso de atividade ou corrida em terrenos irregulares, como praias que possuem inclinação", afirma Cury, dizendo que ela é menos frequente quando a prática se dá em terrenos planos. Ele ressalta, porém, que essa tendinopatia tem maior incidência em atletas que possuem pé cavo, pois esse tipo de anatomia favorece a sobrecarga na borda lateral externa. "Mas também pode ocorrer e corredores com pisada pronada ou neutra", acrescenta.

Esse tipo de lesão é caracterizado por uma dor situada na lateral do pé, atrás da fíbula, cuja intensidade é proporcional à gravidade da lesão. "Quando a mesma é leve, o atleta sente dor apenas após a atividade física. Quando moderada, a dor é sentida durante e depois da atividade. Nos casos mais graves, ela ocorre mesmo em situação de repouso", explica o ortopedista.

Ao perceber o sintoma, o ideal é que o atleta evite qualquer atividade que force a região. Para não perder o condicionamento aeróbico, uma sugestão é optar por um exercício alternativo, como a natação. Também é preciso verificar e corrigir os fatores do treino que podem ter causado a lesão. "Se mesmo assim ela persistir, é necessário procurar um especialista para analisar o formato do pé e verificar se há sobrecarga nos tendões por conta disso", orienta Cury, dizendo que se esse problema de fato for constatado é possível corrigi-lo por meio de cirurgia.

O tratamento para a tendinopatia inclui fisioterapia analgésica, alongamento, exercícios de propriocepção (que trabalham a percepção corporal, consciência da postura, do movimento) e de fortalecimento da musculatura. Em média, o tempo de recuperação varia de 15 dias a três meses, podendo se estender conforme a gravidade.

Para prevenir, deve-se utilizar um tênis com amortecimento adequado para a prática, evitar correr em terrenos irregulares, além de aquecer antes e alongar depois dos treinos. Também é recomendado procurar a orientação de um profissional que indique um treino progressivo, com intensidade e volume adequados ao perfil do corredor.

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Fonte: Terra
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