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Atletismo

Mo Farah critica veto de Trump e questiona se poderá voltar aos EUA

29 jan 2017 - 16h23
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O polêmico veto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à entrada de cidadãos de sete países em território norte-americano movimentou também o mundo do esporte. O fundista Mo Farah, que foi bicampeão olímpico nas provas dos 5000 m e 10000 m pela Grã-Bretanha, nasceu na Somália, uma das nações vetadas pelo Governo dos EUA. O atleta usou as redes sociais para demonstrar sua insatisfação.

Residente dos Estados Unidos há seis anos, o atleta olímpico criticou o decreto de Donald Trump e indagou se ele poderá retornar à sua casa, na cidade de Portland, já que se encontra no momento em viagem ao exterior.

"No dia 1º de janeiro deste ano, Sua Majestade, a Rainha, fez de mim um cavaleiro da realeza. No dia 27 de janeiro, o presidente Donald Trump parece ter feito de mim um alien. Eu sou um cidadão britânico que viveu na América nos últimos seis anos - trabalhando duro, contribuindo para a sociedade, pagando meus impostos e trazendo meus filhos para um lugar que agora chamamos de lar", escreveu em parte de sua declaração. "É profundamente perturbador que terei que contar para os meus filhos que seu pai pode não ter permissão para voltar para casa", prossegue.

A declaração de Mo Farah se deve ao decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último dia 27 de janeiro. A decisão veta a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana em território norte-americano: Irã, Sudão, Síria, Somália, Líbia, Iêmen e Iraque.

A justificativa dada pelo Governo é a necessidade de proteger o país de "terroristas radicais islâmicos", já que estes sete países enfrentam conflitos internos que permitem o avanço de grupos terroristas.

O decreto prevê a suspensão da emissão de vistos para cidadãos destes sete países por 90 dias e, caso os líderes não atendam às exigências do Governo dos Estados Unidos, este veto se tornará permanente.

Apesar de ser cidadão britânico, Mo Farah é natural da cidade de Mogadíscio, na Somália. O atleta se mudou para o Reino Unido somente aos oito anos de idade, fugindo de uma guerra civil em seu país.

Confira a publicação do fundista Mo Farah:

No dia 1º de janeiro deste ano, Sua Majestade, a Rainha, fez de mim um cavaleiro da realeza. No dia 27 de janeiro, o presidente Donald Trump parece ter feito de mim um alien. Eu sou um cidadão britânico que viveu na América nos últimos seis anos - trabalhando duro, contribuindo para a sociedade, pagando meus impostos e trazendo meus filhos para um lugar que agora chamamos de lar. Neste momento, eu e muitos outros na mesma situação que a minha estamos ouvindo que talvez não sejamos bem-vindos. É profundamente perturbador que terei que contar para os meus filhos que seu pai pode não ter permissão para voltar para casa e explicar porque o presidente criou uma política que prega ignorância e preconceito.

Fui acolhido na Grã-Bretanha vindo da Somália aos oito anos de idade e tive a chance de ter sucesso e realizar meus sonhos. Eu tenho orgulho de representar o meu país, ganhar medalhas para o povo britânico e receber a maior honra de um cavaleiro. Minha história é um exemplo do que pode acontecer quando se segue uma política de compaixão e compreensão e não de ódio e isolamento.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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