PUBLICIDADE

Atletismo

Paulista de 17 anos que superou tumor e AVC é campeã mundial em Lyon

22 jul 2013 - 13h39
(atualizado às 20h06)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Verônica é felicitada pela britânica Olivia Hahn após vencer a prova</p>
Verônica é felicitada pela britânica Olivia Hahn após vencer a prova
Foto: Getty Images

A paulista Verônica Hipólito conquistou nesta segunda-feira a medalha de ouro dos 200 m T38 do Mundial Paralímpico de Atletismo. A brasileira fez um tempo de 27s49, o novo recorde da competição, que na atual edição é disputada em Lyon. A paratleta tem apenas 17 anos e superou um tumor na cabeça e um acidente vascular cerebral para chegar à marca.

Verônica foi superior em boa parte da disputa e manteve sua vantagem nos metros finais. A paulista se emocionou muito com a conquista e saiu comemorando pela pista do Stade du Rhône. Comovida com a vitória, a paratleta contou como foi entrar na pista da arena.

"Eu estava morrendo de medo! Antes de sair dei uma olhada nos meus treinadores que estavam lá na saída. Eles bateram no peito e disseram: 'você consegue'. Daí pensei: 'vou ao meu máximo. Estou aqui para dar o meu máximo e consigo'... A Sophie (Hahn, britânica que ficou com a prata) é muito rápida! Melhorei muito meu tempo, estou meio sem acreditar. Mas foi uma boa prova", disse paulista.

Verônica teve um tumor na cabeça em 2008 que estourou e por pouco não a deixou cega. Três anos depois, ela sofreu um AVC que lhe deixou como sequelas limitações no lado direito do corpo. Agora, a paratleta tem novo desafio, uma vez que um novo tumor está em sua cabeça.

"O tumor inchou e estourou. O médico falou que era pra ter ficado cega total ou ter morrido. Ele não sabe até hoje explicar o motivo de isso não ter acontecido. Em 2011 eu tive um AVC. Fiquei com um pouquinho de sequela no lado direito, fiz fisioterapia, fiz fonoaudióloga, faço até hoje. No final do ano passado meu tumor voltou e estou tratando com remédio", contou Verônica.

"Meu treinador, o Daniel Biscola, é especializado em esporte paralímpico. Ele me falou que meu braço direito não era uma coisa que eu queria, mas que ia ficar comigo pelo resto da vida. E eu tinha chance no esporte paralímpico, mas ela queria que eu treinasse no convencional por um tempo. E eu fiquei. Depois de um tempinho, fiz a classificação para entrar no paralímpico, entrei, e de lá para cá venho baixando muito o meu tempo. Diminui em quase um segundo o meu tempo", afirmou.  

*O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade