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Bernie Ecclestone e Toto Wolff falam sobre competitividade e futuro da F1

5 set 2016 - 12h01
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Dois dos maiores nomes da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, presidente e dono do grupo, e Toto Wolff, chefe da Mercedes, concederam juntos uma entrevista ao site da entidade. Com muita descontração, os dirigentes falaram sobre o futuro da marca, a falta de competitividade e a recuperação do prestígio dos pilotos.

"Bernie sempre quis que tivesse competitividade entre as equipes, esse era o objetivo principal dele. Já o nosso é ter o melhor time possível", afirmou Wolff. "Mas no fim, nos entendemos: se acharmos o melhor acordo entre Mercedes e Red Bull - e não só limitar à Fórmula 1 -, poderá haver uma chance de ajuda", acrescentou o chefe da Mercedes.

Toto rebate críticas feitas por Ecclestone sobre a Mercedes se recusar a dar um motor para a Red Bull Racing nessa temporada. "Se eu dirigisse a Mercedes eu também não teria dado um motor para eles. Não daria aquilo que permitiria eles me vencerem, isso é uma perspectiva de time. Na minha posição tenho de ver diferente", esclareceu o chefão da Fórmula 1.

Os dois também falaram sobre a perda de competitividade entre as equipes, o que vem diminuindo o sucesso da categoria. Nos últimos dois anos, a Mercedes liderou sozinha o cenário da Fórmula 1, com Lewis Hamilton sagrando-se bicampeão. Antes disso, Sebastian Vettel conquistou o tetracampeonato seguido com a Red Bull.

"É claro que a F1 sempre será sobre os pilotos. Eles são os heróis. A questão é quão complexa essa tecnologia pode ser. Agora nós provavelmente ficamos muito complicados, então temos de trabalhar para dar essa posição de herói de volta aos pilotos", pontuou Wolff, afirmando, ainda, que a equipe enxerga o campeonato como um Mundial de engenharia no qual tecnologias são desenvolvidas para chegarem aos carros civis.

Para "resolver" a questão da popularidade, Ecclestone apresentou uma possibilidade um tanto drástica. "O que eu faria vai contra as construtoras. Estou pensando em algo tipo uma Super GP2, onde os pilotos importam mais, não os engenheiros. Funcionaria? Não tenho ideia, provavelmente seria um desastre", afirmou o dirigente, imaginando uma competição com carros semelhantes, assim como a "categoria de acesso" à Fórmula 1.

Na GP2, disputada desde 2005, pilotos como Nico Rosberg (2005), Lewis Hamilton (2006), Timo Glock (2007) e outros nomes conhecidos da F1 conquistaram títulos e surgiram como grandes apostas do automobilismo. "As regras vêm impedindo os pilotos de correrem. Devíamos deixar eles correrem novamente", acrescentou Bernie.

Dono dos direitos comerciais da categoria, Bernie ainda comentou sobre colocar a Fórmula 1 dentro dos Estados Unidos. "Para se abrir ao mercado americano você precisa de 10 corridas nos Estados Unidos, ingressos baratos e um número enorme de carrinhos de hambúrguer, mas aí não seria mais F1", comentou. "Mas se isso acontecer, eles podem fazer o que quiserem", completou o dirigente.

Após dois anos de supremacia britânica com Hamilton, o mundial de 2016 vem sendo mais competitivo. Com a vitória no GP da Itália neste domingo, o alemão Nico Rosberg baixou a diferença para apenas dois pontos e segue vivo na disputa pelo título inédito. Mesmo após o alemão abrir grande vantagem para Lewis no começo da temporada, o tricampeão do mundo tirou a diferença e passou a liderar - o que o coloca como o favorito de Ecclestone ao título.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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