Coronel Nunes não quer assumir CBF se Del Nero for afastado
Se Marco Polo Del Nero for punido pela Fifa ou pela Justiça dos Estados Unidos e assim deixar a CBF, o vice mais idoso da entidade, coronel Antônio Carlos Nunes, não vai ter condições de assumir o comando, como prevê o estatuto. Há duas razões para tanto. Uma delas partiu do próprio vice, em conversa reservada com aliados. Ele disse que não teria saúde suficiente para "tocar o barco" e que já foi convencido disso por sua família. Há poucos dias, o coronel foi internado em Belo Horizonte com arritmia.
O outro ponto é a falta de apoio político para ocupar a presidência. Na CBF, existem vários grupos de olho no cargo máximo do futebol brasileiro e dispostos a deixar para trás o coronel, alçado ao posto de vice-presidente no final de 2015 com o objetivo de impedir a ascensão de outro vice, Delfim Peixoto, desafeto de Del Nero.
Como o estatuto da CBF determina que o vice de mais idade substitua o presidente afastado, a primeira opção, hoje, recairia sobre o coronel. Até dezembro do ano passado, quem estava à frente na linha de sucessão era Delfim. No entanto, ele acabou vítima de manobra do grupo de Del Nero depois de defender reiteradas vezes uma investigação rigorosa na CBF para apurar e punir quem teria se beneficiado ilicitamente da entidade nos últimos anos.
Um dos ex-presidentes da CBF, José Maria Marin, está em prisão domiciliar nos Estados Unidos, país no qual Del Nero foi indiciado por crimes de corrupção.
Entre os que pretendem ocupar a presidência da CBF, embora nem todos admitam isso publicamente, estão o ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez, o presidente da federação paulista de futebol, Reinaldo Bastos, que também é diretor da CBF, e o mandatário da federação pernambucana, Evandro Carvalho.
