Número reduzido de torcedores mostra desprestígio da Seleção
Nem mesmo a presença de Neymar tem sido suficiente para a Seleção brasileira voltar a receber a atenção dos moradores de Teresópolis, onde fica a concentração da CBF, na região serrana do Rio. A equipe olímpica, que conta com o craque do Barcelona, está na cidade faz quatro dias e só não vive sob anonimato por causa da cobertura jornalística. Nesta quinta, por exemplo, havia apenas 18 pessoas dentro do condomínio do centro de treinamento, com o objetivo de ver a atividade dos atletas.
Do lado de fora do CT, um grupo não superior a 60 pessoas nutria a esperança de um contato próximo. Todos acabaram liberados para acompanhar os últimos 15 minutos de treino. E ainda fizeram alguns selfies com Neymar e companhia.
Isso tudo contrasta com a história da Seleção na cidade. Nos anos 60, alguns treinos do time chegavam a atrair 10 mil pessoas. Assistiam a tudo de pé e muitos conseguiam autógrafos dos jogadores. Pelé era um dos mais assediados. Essa interação ocorreu antes da inauguração da concentração da CBF.
Depois, já nos anos 90 e 2000, embora sem o agrupamento de multidões, o movimento continuou intenso no entorno da Seleção em Teresópolis. Em grande parte, isso se deu graças ao apelo popular de craques como Romário, Bebeto, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Durante a Copa de 2014, a relação se intensificou e foi preciso conter centenas de torcedores que tentavam invadir os campos de treinamento por condomínios vizinhos.
"Estamos aqui de pé, esperando, há uma hora. Só vão deixar a gente entrar no final do treino", contou Emanoela Pinheiro, ao lado do marido Mateus e do filho Miguel, de 8 anos. Eles ficaram entre 15h50 e 16h50 sob a chuva e o vento, na parte interna do condomínio, sem abrigo, a menos de 100 metros de uma pequena arquibancada reservada a convidados da CBF - que estava vazia. O espaço seria ocupado pelos poucos torcedores na parte final do treino.