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Futebol Internacional

Ronaldo revela que ficou 6 meses sem salários no Corinthians

19 dez 2016 - 11h42
(atualizado às 12h03)
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Aposentado há quase seis anos, Ronaldo "Fenômeno" terminou a carreira de jogador como ídolo do Corinthians, apesar de ter atuado por pouco mais de duas temporadas com a camisa alvinegra. O início de sua passagem pela agremiação de Parque São Jorge, contudo, foi difícil. O atacante passou meio ano sem receber salários do clube paulista.

Duas vezes campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira, Ronaldo acertou com o Timão no fim de 2008, pouco tempo depois de a equipe ter conquistado o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Em seus primeiros meses no clube, o jogador se deparou com situações com as quais estava desacostumado, já que passou boa parte de sua carreira defendendo grandes clubes da Europa.

Ronaldo disse que sua missão no Corinthians foi ajudar a melhorar a estrutura do clube, como o centro de treinamento
Ronaldo disse que sua missão no Corinthians foi ajudar a melhorar a estrutura do clube, como o centro de treinamento
Foto: César Greco/Fotoarena / Gazeta Press

"Pouca gente sabe, mas fiquei 6 meses sem receber no Corinthians. Eu falei: tudo bem, me paguem quando acertar com um patrocinador. Depois, eu recuperei o tempo perdido. Para mim, o Corinthians foi extraordinário do início ao fim", revelou ao canal ESPN.

Segundo Ronaldo, a estrutura do CT Joaquim Grava era precária no início de 2009, quando o local ainda se encontrava em reforma para inauguração. "Encontrei o Corinthians em uma situação terrível, a gente treinava no Parque Ecológico. A gente se trocava em um contêiner e, quando chovia, você ficava todo molhado. Eu cansei de ir para casa sujo. Eu chamei o Andrés (Sanchez, presidente do clube à época) e disse: não pode ficar assim, o Corinthians, um time grande", contou Ronaldo.

No entanto, o Alvinegro conseguiu dar a volta por cima, com Ronaldo participando do processo de modernização do clube. Logo na primeira temporada após o retorno à elite do futebol brasileiro, conquistou os títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Ele pendurou as chuteiras depois da eliminação para o colombiano Tolima, na pré-Libertadores, de 2011, considerada um vexame até hoje na história do Timão.

"Minha maior contribuição foi ajudar a dar estrutura ao time. Era um clube grande que não tinha nada. Hoje, o Corinthians tem um laboratório que é referência, tem o estádio. O Corinthians é grande", afirmou.

Indagado sobre as lesões que quase anteciparam sua aposentadoria do futebol, Ronaldo declarou ter tentado métodos alternativos para voltar a atuar. Entre 1998 e 2002, período em que defendia a Inter de Milão, o ex-jogador cansou de ter problemas nos joelhos, ficando mais tempo no departamento médico do que em campo.

"Eu tentei de tudo para me recuperar, cheguei a ir no médico do Maradona que espetou uma agulha gigante nas minhas costas. Naquela hora eu pensei: fiquei paralítico", revelou.

O ex-camisa 9 da Seleção, porém, se recuperou das seguidas lesões a tempo de disputar a Copa de 2002, no Japão, onde foi decisivo ao marcar dois gols na vitória do Brasil por 2 a 0 sobre a Alemanha, na final. "Foi a maior vitória pessoal, eu mesmo não sabia que tinha força para tudo aquilo", celebrou.

Situação do futebol brasileiro

Sobre o atual momento do futebol brasileiro, Ronaldo Nazário ressaltou necessidade de renovação no comando da CBF e mostrou-se disposto a participar dela. "Tem que sair essa galera velha do futebol e entrar gente com tesão, com vontade de realizar algo, mas vemos um grupo fechado controlando. O presidente da CBF está escondido, não aparece em lugar nenhum, não representa o Brasil", disse Ronaldo, alertando para a urgência de deter a corrupção no futebol nacional.

"Eu tenho vontade de participar da direção do futebol brasileiro, mas está tudo muito devagar, temos que mudar o sistema, a legislação, as instituições devem ser protegidas contra os sistemas corruptos", acrescentou, explicando sua presença no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

"Não me arrependo de ter contribuído com a Copa de 2014, mas não recebi salário, fiz pelo povo. O problema é que fiquei rotulado de estar junto com os caras, mas não estava junto", concluiu.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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