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Tite é apresentado à Seleção e mantém posição sobre Del Nero

20 jun 2016 - 18h16
(atualizado em 21/6/2016 às 10h02)
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Foto: EFE

Seis dias depois da demissão do técnico Dunga, a CBF anunciou oficialmente o substituto dele: Tite, 55 anos, dono de currículo vencedor e agora a frente de um novo desafio - classificar a Seleção Brasileira para a Copa de 2018. E ele já chegou demonstrando coragem e personalidade. Em entrevista na sede da entidade, no Rio, afirmou que mantém sua opinião em defesa da transparência,  democratização, excelência e modernização do futebol brasileiro, sem voltar atrás na decisão de assinar documento coletivo em dezembro, pedindo a renúncia do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

"Vou ter autonomia para buscar esses aspectos todos, e meu trabalho vai ser mais de campo, de análise de desempenho. Mas é por aí que continuarei lutando por esses conceitos. Mantenho a minha opinião."

Sempre firme nas respostas, declarou que o foco do seu trabalho é a classificação para o Mundial e admitiu que há riscos de o Brasil ficar fora. "Não podemos negar isso." Ele enfatizou que seria precipitado falar sobre o quanto deve ser aproveitado do time que vinha jogando sob o comando de Dunga.

Tite se emocionou ao falar de sua mãe, dona Ivone,  e revelou que somente nesta segunda tudo ficou acertado com a CBF. "Quando Gilmar (procurador dele) me ligou hoje dizendo que estava tudo acertado,  eu telefonei para minha mãe e ela me deu a bênção. Peço apenas que vocês tenham cuidado com ela."

Ele rechaçou a ideia de uma escola gaúcha de treinadores, ao ser indagado sobre a passagem de Felipao, Mano Menezes e Dunga na equipe,  e disse que a indicação de Edu Gaspar para coordenador de seleções partiu do próprio Del Nero. O técnico admitiu que estava com as pernas bambas e se esquivou de se aprofundar sobre polêmica envolvendo Neymar recentemente, na qual o atleta enviou mensagem aos demais colegas de Seleção com palavras ofensivas aos críticos da equipe.

"O lado humano potencializa o profissional. Todos querem o bem da Seleção. O Neymar,  com certeza,  quer isso. Temos que potencializar esse melhor caminho."

Ele informou que para seu primeiro compromisso oficial,  contra o Equador,  em setembro,  em Quito, vai ter a companhia do vice-presidente Antônio Nunes,  e não do presidente Marco Polo Del Nero,  que evita viagens para o exterior há pouco mais de um ano, desde que o FBI deflagrou operação contra a corrupção no futebol mundial.

Antes da entrevista, ao descer do gabinete da presidência para caminhar até o auditório e, em seguida, ao Museu do Futebol,  Tite ainda dava sinais de que  não domina o espaço físico da CBF. Ele quase errou o caminho. Ao se deparar com dois repórteres, dirigiu-se ao encontro deles, que, no entanto, estavam na fila do banheiro. O técnico, ao lado de Marco Polo Del Nero, foi rapidamente advertido e seguiu o dirigente. Em minutos, Tite e quase toda diretoria da entidade visitavam o museu, no térreo da sede da confederação. 

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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