PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul
Logo do Corinthians

Corinthians

Favoritar Time

Em 3 anos, Tite encerra trauma e vira maior vitorioso da vida corintiana

15 nov 2013 - 10h34
(atualizado às 11h26)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Tite chegou ao Corinthians em outubro de 2010, depois de abrir mão do Al-Wahda</p>
Tite chegou ao Corinthians em outubro de 2010, depois de abrir mão do Al-Wahda
Foto: Getty Images

Em 20 de outubro de 2010, Tite estava em São Paulo, mas seu relógio ainda não. O fuso-horário apontava para os Emirados Árabes, de onde o então novo treinador do Corinthians havia saído às pressas para o Brasil. Havia deixado o desafio de jogar o Mundial de Clubes pelo Al Wahda pela possibilidade de continuar a bonita história que havia escrito como técnico corintiano em 2004.

Tite é mais trabalhador e pragmático, odeia que se fale em sorte, mas foi recompensado pelo destino. Em quase três anos desde a apresentação, levou um Campeonato Brasileiro, conquistou os dois títulos mais importantes da história do Corinthians e, mesmo na temporada que selou o fim de seu trabalho, venceu o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-Americana.

Segundo treinador que mais dirigiu o Corinthians em 113 anos de vida, Tite viu o trabalho atingir o ápice em dezembro do último ano, justamente no Mundial de Clubes do Japão. Difícil, nesse caso, não pensar em destino. Contra um Chelsea em reconstrução, a equipe fez ótima final, igualou a partida em todos os aspectos e venceu graças às defesas de Cássio e ao gol de Paolo Guerrero.

Tite cai do Corinthians pela incapacidade de criar um novo ciclo vitorioso durante o Brasileiro. No Paulista de 2011, logo depois da vexatória queda contra o Tolima, o agora ex-treinador corintiano indicava que sim. Mesmo vice-campeão, criou novas lideranças sem Ronaldo, Elias, Roberto Carlos e o então capitão William.

A mais importante delas, sem dúvida, foi Paulinho. Criatura de Tite, o volante que chegara do Bragantino hoje caminha para ser um meio-campista de classe mundial. Grande marcador e absolutamente incansável, levou novos parâmetros à posição pela facilidade de ir ao ataque e fazer gols. Os muitos que fez devem ser dedicados ao treinador que deixou o Corinthians nesta quinta.

A partir do novo ciclo do Campeonato Paulista 2011, o Corinthians caminhou para vencer o Brasileiro que começou com nove vitórias em dez jogos. Parecia um time pronto para ganhar a Libertadores, um trauma desenvolvido com eliminações marcantes ao longo dos tempos.

Da arquibancada do Pacaembu, expulso, Tite vibrou entre os corintianos quando Paulinho, sua criatura, saltou e cabeceou para eliminar o Vasco nas oitavas de final de 2012. O Corinthians chegava invicto às semifinais e já tinha jeito de campeão e a cara do treinador. O Santos e o Boca Juniors não foram páreo em conquista firmada com gols de Romarinho, Danilo e Emerson.

De volta à América como campeão do mundo, o Corinthians manteve a essência em 2013, mas sucumbiu. Ironicamente, contra aquele mesmo Boca de avançou por um golaço de Riquelme. A equipe corintiana teve um gol de Paulinho, dois pênaltis não marcados e gol mal anulado. A mão do paraguaio Carlos Amarilla selou aquele ciclo de maneira precoce.

Tite e o Corinthians perderam Paulinho, abdicaram dos vitoriosos Chicão e Jorge Henrique e falharam no novo planejamento. As fichas apostadas em Renato Augusto e Alexandre Pato não deram em quase nada. Aos corintianos resta o impressionante desempenho da defesa no Brasileiro, muito pouco para uma torcida mal acostumada pelos grandes títulos.

Ao lado das maiores vitórias, Tite deixa lições de como triunfar sem perder o caráter, a ternura e a paixão. Hábil administrador de vestiário, católico fervoroso e querido por todos ao redor, marcou um estilo de comando que transformou o Corinthians em potência mundial.

Nos próximos dias, Tite deve refletir sobre o futuro. Há quem garanta que, durante a preparação do Mundial de Clubes 2012, era ele e não Luiz Felipe Scolari o preferido de José Maria Marin para a Copa do Mundo. Felipão sai após o Mundial e, vença quem vencer na CBF, haverá um favorito ao cargo. Se for Andrés Sanchez, então....

Ao longo dos últimos três anos, semanalmente, Tite tinha um ritual: antes do treino, ia até uma igreja da zona Leste para pedir luz e saúde, mas também agradecer as vitórias. Luz, saúde e vitórias é justamente o que os corintianos devem pedir sem o treinador mais vitorioso, demitido nesta quinta, mas que um dia voltará. Até logo, Tite.

Tolima, Libertadores e Mundial: lembre passagem de Tite pelo Corinthians

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade