PUBLICIDADE

Cristiano Ronaldo

Com um gol por ano, C. Ronaldo pode deixar legado sem Copa

27 jun 2014 - 09h03
(atualizado às 09h03)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Aos 29 anos e no auge da carreira, Cristiano novamente não conseguiu ter impacto relevante na Copa do Mundo</p>
Aos 29 anos e no auge da carreira, Cristiano novamente não conseguiu ter impacto relevante na Copa do Mundo
Foto: Jorge Silva / Reuters

Que Cristiano Ronaldo é um dos maiores craques dos tempos recentes do futebol não resta mais dúvida. Os vários títulos e recordes, a média superior a um gol por jogo com a camisa do Real Madrid, o estilo que mistura potência e técnica e os fundamentos quase perfeitos já são credenciais que o colocam entre os melhores. Há um palco, porém, em que o astro de 29 anos não consegue brilhar – justamente o maior de todos eles, a Copa do Mundo, do qual foi eliminado novamente na última quinta-feira ainda na primeira fase.

Quer acompanhar as notícias e jogos da sua seleção? Baixe nosso app. #TerraFutebol

O melhor jogador do planeta já disputou três edições de Mundial, marcou somente um gol em cada uma e teve desempenho cada vez pior ao longo delas. É certo que a seleção portuguesa não dá a ele a tradição e a qualidade de um Brasil ou uma Argentina, mas Messi e Neymar, por exemplo, com menos partidas de Copa disputadas, já têm mais gols que o camisa 7. Por um motivo ou por outro, o astro do Real Madrid ainda não conseguiu ter um impacto proporcional à sua carreira na competição.

2006: como coadjuvante, a melhor Copa

A melhor participação de Cristiano em Copas aconteceu em 2006, quando ele, aos 21 anos, ainda não era o atacante completo e goleador de hoje. Ainda um garoto, tinha o físico menos explosivo e atuava como um ponta driblador, apesar de ter sido vice-artilheiro das Eliminatórias europeias. Não cabia a ele também a função de liderar o time: o capitão e estrela era o veterano Luís Figo, que atuava pelo hoje preferido lado esquerdo de Ronaldo. O "garoto-prodígio", à época, jogava aberto pela direita.

O jovem Cristiano fez uma boa Copa, injetando energia e movimentação no time de Luiz Felipe Scolari. Gol, só um: de pênalti, na vitória por 2 a 0 sobre o Irã na primeira fase. Seu melhor jogo provavelmente foi contra a Inglaterra, um empate sem gols em que ele se envolveu em lance polêmico que acabou na expulsão do colega de equipe Wayne Rooney, do Manchester United. Depois, na disputa por pênaltis, ele manteve o sangue frio para despachar os ingleses na última cobrança. Portugal terminou em quarto, eliminada na semifinal pela França de Zidane.

2010: poucas chances e um gol "sem querer"

Sósia "tira onda" como Cristiano Ronaldo em São Paulo; veja:

O primeiro teste como protagonista veio em 2010, quando ele já pertencia ao Real Madrid e tinha no currículo uma Bola de Ouro. Mas as táticas altamente defensivas de Carlos Queiroz não o ajudaram, e Cristiano teve poucas chances de influenciar as partidas contra Costa do Marfim e Brasil na primeira fase, que terminaram sem gols. Ele deixou sua marca apenas no massacre por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte de maneira cômica: após dividida com o goleiro, a bola bateu em sua nuca e sobrou para que ele rolasse para as redes vazias.

Cristiano comemorou dando risada do lance inusitado, mas não teria motivos para rir na fase seguinte. Portugal encontrou a arquirrival e eventual campeã Espanha nas oitavas de final, e foi eliminada com uma derrota por 1 a 0. Apesar de ter sido nomeado o melhor em campo nas três partidas da primeira fase, o agora astro e capitão português, aos 25 anos, deixou o torneio sem ter sido capaz de subir o nível de sua equipe.

2014: no sacrifício, a queda mais precoce

Veio 2014, e Cristiano no auge da carreira e do estrelato. Atual melhor jogador do mundo, ele teve novamente que encarar um grupo difícil na primeira fase e um problema inédito até então: seu joelho, que o incomodou na reta final da temporada europeia e o deixou em risco de até ficar de fora da Copa do Mundo. Ele jogou no sacrifício e aceitou o desafio de comandar uma equipe ultradependente de seu futebol, mas foi nítido que estava longe dos 100%.

Ele foi uma figura periférica na goleada sofrida por 4 a 0 para a Alemanha na estreia, e mostrou um pouco mais de movimentação no empate por 2 a 2 com os Estados Unidos. Sua atuação na vitória por 2 a 1 sobre Gana foi bem melhor, com deslocamentos rápidos, participação ativa e sem medo de chamar a responsabilidade. Faltou, porém, a precisão clínica que o acompanhou em quase toda a carreira: Ronaldo lutou, se entregou e marcou um gol de rebote, mas perdeu no mínimo outras quatro chances que poderiam ter dado a classificação a Portugal.

2018: como estará Cristiano?

É impossível prever como Cristiano Ronaldo, aos 33 anos, chegará para sua provável quarta e última Copa do Mundo da carreira. Há casos de jogadores que, mesmo depois do auge, reúnem forças para uma última grande apresentação na principal competição do futebol mundial – Zidane, em 2006, e Forlán, em 2010, são dois exemplos recentes. A menos que o português siga este caminho, é provável que seu legado para o futebol, que já é extenso, não inclua uma apresentação marcante no torneio mais cobiçado e admirado do planeta.

Cristiano Ronaldo em Copas
  2006 2010 2014
Idade 21 anos 25 anos 29 anos
Posição Ponta direita Ponta esquerda
Centroavante
Ponta esquerda
Segundo atacante
Gols marcados 1 1 1
Contra quem? Irã Coreia do Norte Gana
Como? Pênalti Dividida com o goleiro Rebote
Fase em que caiu Semifinal Oitavas de final Fase de grupos

Ouça as principais músicas do Mundial:

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade