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Del Nero consolida "república paulista" na CBF

30 set 2016 - 14h53
(atualizado às 15h50)
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Marco Polo Del Nero, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
Marco Polo Del Nero, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
Foto: Glaucon Fernandes/Agência Eleven/Gazeta Press

Com a chegada do coronel Marcos Marinho para chefiar a Comissão Nacional de Arbitragem, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, consolida a sua república paulista na entidade. Agora, são 11 dirigentes que vieram de São Paulo, incluindo o próprio Del Nero, para ocupar os 18 cargos mais importantes do futebol brasileiro. Os demais Estados ficam com sete. Quase todos os novatos na CBF tem passagem pela federação de São Paulo.

Logo abaixo de Del Nero, ex-presidente da federação paulista, estão o diretor-executivo de Gestão da CBF, Rogério Caboclo, e o secretário-geral Walter Feldman. O primeiro respondeu pelas finanças da federação, enquanto o outro fez carreira política em São Paulo como vereador e deputado estadual e federal.

Além de Marcos Marinho, que comandou a arbitragem por 11 anos na federação paulista, outro nome alçado a um posto estratégico do futebol, graças à intervenção de Del Nero, foi o de Ronaldo Piacente, eleito recentemente como presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O advogado já havia presidido o TJD/SP e sempre se alinhou com Del Nero.

Mas é na diretoria da CBF que predominam os cargos distribuídos para quem se projetou na capital paulista. Gilnei Brotel é responsável pelo Departamento Financeiro. Fernando França, pela Tecnologia da Informação, Dino Gentile cuida do Patrimônio e Reinaldo Bastos é o diretor de Coordenação. Os quatro trabalharam na federação ao lado de Del Nero. Atualmente, Bastos acumula a atividade na CBF com a presidência da entidade estadual.

Para encorpar ainda mais o grupo, o ex-sócio de Del Nero num escritório de advocacia de São Paulo, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), é o diretor de Assuntos Internacionais da CBF. Já o marketing da entidade fica nas mãos de Gilberto Ratto, ex-dirigente do São Paulo.

Da república carioca, criada e sustentada por Ricardo Teixeira durante mais de duas décadas na CBF, sobraram muito poucos. O mais expoente deles é o diretor jurídico Carlos Eugênio Lopes, cuja permanência no cargo está ameaçada. Manoel Flores, na diretoria de Competições, substituiu Virgílio Elísio e se manteve por que seu trabalho agrada ao grupo de Del Nero. Já a presença de Reynaldo Buzzoni, no Registro e Transferência, atende a uma indicação política.

O restante da diretoria da CBF é composta pelo presidente da federação goiana, André Pitta (diretor de Desenvolvimento e Projetos), o deputado federal Marcelo Aro (PHS-MG), que dirige o Departamento de Ética e Transparência, Douglas Lunardi, interino de Comunicação e que fez carreira como assessor do Grêmio, e o lobista Vanderbergue Machado, que trabalha em Brasília como diretor de Assessoria Legislativa da CBF.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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