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Dirigente que fazia oposição dentro da CBF morre na tragédia

29 nov 2016 - 10h35
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Delfim de Pádua Peixoto Filho, 75 anos, presidente da Federação de Futebol de Santa Catarina, vivia dias de intensa alegria com a presença de um clube de seu Estado numa final de competição internacional. Falava com orgulho sobre isso, enaltecendo o trabalho realizado pela Chapecoense. “Estão dando um exemplo de gestão, competência”, repetia.

Ele estava no avião que caiu nesta madrugada (29) na Colômbia e já havia planejado sua chegada em Curitiba para assistir ao segundo jogo da final, entre Chapecoense e Atlético Nacional, então marcado para o dia 7 de dezembro.

Delfim Peixoto era presidente da Federação Catarinense de Futebol e vice-presidente da CBF
Delfim Peixoto era presidente da Federação Catarinense de Futebol e vice-presidente da CBF
Foto: Armando Paiva/Agência Eleven / Gazeta Press

Advogado e ex-professor universitário de Direito, Delfim também era vice-presidente da CBF e se notabilizou no cargo nos últimos dois anos por defender publicamente investigações sérias que apurassem eventuais desvios na entidade.

Em Balneário Camboriú, onde vivia com a esposa (dona Ilka), envolvia-se diariamente com os assuntos do futebol catarinense. Também havia vibrado bastante com a ascensão recente do Avaí para a Série A do Campeonato Brasileiro e postou pelo Whatsapp imagens que saudavam o clube pela volta à Primeira Divisão.

Por outro lado, lamentou o rebaixamento do Joinville para a Série C e o do Figueirense, para a Série B. Sempre acompanhava no estádio ou pela TV ou ainda pelo celular os jogos dos clubes locais. Quando em compromisso fora de Santa Catarina, interrompia conversas para consultar pela Internet o resultado das partidas envolvendo os filiados da federação.

Delfim era bem humorado e apreciava vinhos de qualidade. Tinha a saúde debilitada por problemas cardíacos, mas fazia uma dieta rigorosa e obedecia aos médicos. Emocionava-se com a família e falava abertamente de seu amor pela esposa, filhos e netos. Esforçava-se, como ele mesmo admitia, para ser melhor a cada dia e mais tolerante.

Dois dias atrás, postou no Whatsapp uma mensagem em referência ao Dia da Consciência Negra, com os seguintes dizeres. “Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: que a humanidade viva unida ... negros e brancos, todos juntos.”

Antes disso, também compartilhou entre os amigos, pelas redes sociais, uma outra mensagem: “Quando meus braços não podem abraçar aqueles que estão dentro do meu coração eu os abraço com minhas orações.”

Fonte: Especial para Terra
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