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Esportes Aquáticos

Clodoaldo valoriza ser inspiração e crê em justiça com banimento russo

24 ago 2016 - 08h42
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Aos 37 anos Clodoaldo Silva se prepara para mais uma Paralimpíada. Detentor de 13 medalhas paralímpicas (6 ouros, 5 pratas e 2 bronzes), o atleta do Rio Grande do Norte é inspiração para outros talentos que atualmente são seus companheiros nas piscinas, como Daniel Dias. Se preparando para, ao que tudo indica, sua última disputa no principal evento paralímpico do mundo, Clodoaldo acredita que mais valioso do que uma medalha é estimular a prática de esportes para os brasileiros que tem de conviver com algum tipo de limitação física.

"O Daniel e outros atletas tem essa oportunidade e sempre quando falam citam o meu nome. Isso me deixa feliz, porque nem nos meus melhores sonhos imaginava ser ídolo de alguém, principalmente de grandes campeões que estão mudando o esporte paralímpico brasileiro. É algo que é maior do que uma medalha, por isso que falei que nossa grande missão é justamente fazer com que outras pessoas possam se inspirar e começar a praticar esporte", comentou.

Portador da paralisia cerebral, o nadador acabou sofrendo com a falta de oxigenação durante seu parto. Tendo de conviver com sintomas que acabam retardando sua coordenação motora, ele encontrou no esporte uma forma de vencer o preconceito e outras adversidades. O que não poderia imaginar é que se tornaria uma das principais referências paralímpicas e chegaria ao Rio de Janeiro com a oportunidade de encerrar sua carreira competindo em casa. Apesar disso, ele garante não colocar pressão sobre si e sairá satisfeito mesmo que não colecione nenhuma medalha na capital fluminense.

"Sempre fui muito tranquilo. Não coloco pressão para ganhar medalha, sempre penso em fazer meu melhor tempo. Ao longo da minha carreira mostrei que o Clodoaldo Silva não é exemplo só por ganhar medalhas. Não importa eu chegar em último ou em primeiro. Se eu olhar no placar e ver que estou melhorando minhas marcas, já sairei satisfeito. Se a torcida ver que você deu o seu máximo ela vai te respeitar, independente do seu resultado. Vimos isso com Diego Hypolito, com o futebol feminino que saiu ovacionado por todo lugar que passou… Então o Clodoaldo Silva vai chegar como sempre chegou, sabedor da responsabilidade que tenho, mas também para me divertir", afirmou.

Por fim, o nadador potiguar se posicionou sobre o escândalo de dopagem no esporte russo que acabou privando os atletas do país a participarem dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Clodoaldo crê que a decisão do Comitê Paralímpico Internacional foi correta e espera que isso sirva de exemplo para que a bandeira do jogo limpo esteja sempre à frente de manobras ilegais para buscar o melhor rendimento.

"Não só a Rússia, mas qualquer outro país que agisse dessa forma merecia ser banido. Se você usa formas ilegais para chegar ao lugar mais alto do pódio, tem que ser banido. Nós treinamos, nos dedicamos, sacrificamos toda uma vida para ter o melhor desempenho de todos, aí vem atletas e órgãos favorecendo o jogo sujo. Então concordo com esse banimento da Rússia. Pena que tem muitos atletas que não se doparam, mas infelizmente a minoria vai pagar. Fica o aprendizado, a lição para que outros países não façam isso mais. Tenho certeza que vai ser uma página histórica para que sempre o jogo limpo seja incentivado", comentou.

*especial para a Gazeta Esportiva

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