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Felipão

"Choque térmico" da Granja pode prejudicar Seleção; entenda

21 jun 2014 - 07h06
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<p>Na última quinta-feira, reservas e goleiros sofreram com a chuva torrencial e o frio na casa dos 10ºC que fez em Teresópolis</p>
Na última quinta-feira, reservas e goleiros sofreram com a chuva torrencial e o frio na casa dos 10ºC que fez em Teresópolis
Foto: Mário Farache/Mowa Press / Divulgação

O investimento de R$ 15 milhões para reformar e estruturar a Granja Comary tem sido todo dia exaltado pelos jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira. Todos ressaltam a privacidade do hotel onde os atletas estão, além dos equipamentos de academia e fisioterapia do local. Porém, nos últimos dias o que se viu foi o questionamento aos atletas se o local foi mesmo uma boa escolha. O motivo disso é a chuva e o frio de até 10ºC que o grupo brasileiro teve de enfrentar nesses dois dias de preparação para o duelo contra Camarões, na próxima segunda-feira.

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O clima na cidade de Teresópolis em nada se assemelha ao que o Brasil vem enfrentando e irá enfrentar durante as partidas de Copa do Mundo. Até mesmo em São Paulo, na estreia da Copa do Mundo, cidade que costuma ser um pouco mais gelada nesta época do ano, o time verde e amarelo teve uma temperatura amena.

O contraste maior, porém, foi constatado no duelo contra o México, na última terça-feira. O time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari jogou com temperatura acima dos 30ºC, mesmo o duelo acontecendo às 17h na cidade de Fortaleza. Dois dias depois, os reservas e os goleiros voltaram a campo na Granja Comary com uma chuva torrencial e sensação térmica abaixo dos 10ºC. 

De acordo com o fisiologista Turíbio Leite de Barros, essa mudança brusca de temperatura, conhecida popurlamente como "choque térmico", pode causar problemas para a Seleção ao longo da trajetória da Copa do Mundo.

"Não é o ideal, com toda certeza. Esses contrastes podem prejudicar um pouco não só o desempenho, mas na questão de poder tornar o atleta mais vulnerável principalmente de um problema respiratório. O que a gente tem que pontuar é que com sedes tão distantes, com viagens longas, essa mudança de temperatura se torna uma rotina para todas seleções na Copa. Mas a sede da CBF ser em Teresópolis sempre foi motivo de críticas e nunca se considerou ideal. Se analisar criticamente, essa escolha pode ter repercussão negativa".

Para o fisiologista, os membros da comissão técnica terão que tomar um cuidado constante para evitar expôr os jogadores brasileiros a lesões treinando na Granja Comary. "Pode se ter uma vulnerabilidade maior para lesão. O frio impõe um risco maior para uma lesão muscular. É sempre uma situação de um ponto de vista de controle. Não é o cenário ideal, seria melhor uma cidade com temperatura mais amena".

Dia da Seleção: enfoque nas finalizações e sem Júlio César:

Turíbio afirma que se a Seleção Brasileira sofreria menos riscos se fosse para uma capital do Sudeste do Brasil, como São Paulo ou Rio de Janeiro, onde o clima não é tão frio. "Essa é uma época do ano, se você excluir a região Sul, qualquer outra capital do Sudeste teria uma temperatura na casa dos 20º, bem mais propício para se treinar". 

Vale lembrar que a primeira ideia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ainda com o presidente Ricardo Teixeira em 2010, era se montar um centro de treinamento no Rio de Janeiro, perto de onde está instalada a nova sede da entidade. Porém, o terreno não foi liberado a tempo de se iniciar as obras e a Seleção Brasileira teve que partir para o plano B.

Foi cogitada até a possibilidade do time ficar no CT do São Paulo, em Cotia, porém, desde que assumiu, a comissão técnica liderada por Felipão e Carlos Alberto Parreira optou por reformar a Granja Comary, pensando principalmente na privacidade que o grupo teria no local durante a preparação para o Mundial. 

Jogadores evitam polêmica

Quando se questiona os jogadores da Seleção sobre o assunto da mudança de clima, o discurso, porém, não é de preocupação. "Em relação ao clima, a gente vê muitos jogos com a chuva que pode acontecer com a gente, acho que não muda muito, treinar no frio é importante porque treinamos com bola molhada, campo molhado, chuva na cara. É uma situação que pode acontecer durante os jogos e já estamos preparados", disse o goleiro Júlio César.

<p>Goleiro Júlio César fez questão de minimizar o "choque térmico" e ressaltou que a comissão técnica tem tomado os cuidados necessários</p>
Goleiro Júlio César fez questão de minimizar o "choque térmico" e ressaltou que a comissão técnica tem tomado os cuidados necessários
Foto: Gaspar Nóbrega / Vipcomm

"Minha opinião, eu particularmente prefiro jogar no calor, no frio não dá principalmente na minha posição porque passa muita parte do tempo parado e precisa ficar todo tempo correndo de um lado ao outro para aquecer. A gente não conversa muito sobre a chance de ficar doente por conta do frio daqui. É muita vitamina C, vários suplementos alimentares que a gente toma para evitar qualquer tipo de doença. A gente se protege bem", completou o arqueiro titular da Seleção. 

Já David Luiz disse que o importante é a privacidade do local. "Acho que é muito bom, a gente tem milhares de pessoas trabalhando para o nosso bem estar, foi feita uma logistica para ter nossas privacidade, nosso cantinho".

Fonte: Terra
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