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Tite se inspira em relação com Sheik para lidar com Neymar na Seleção

23 set 2016 - 23h02
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Tite já encontrou uma referência para não se deixar influenciar pelas críticas que o comportamento fora de campo de Neymar possam ensejar na Seleção Brasileira. Ao ser lembrado das ofensas do jogador do Barcelona a um torcedor, logo após a conquista dos Jogos Olímpicos no Maracanã, o técnico recorreu à sua relação com outro polêmico atacante para amenizar a situação, em entrevista à Fox Sports.

"Cuido para não preconceituar nada. Não posso vir municiado de uma série de coisas que aconteceram com outros profissionais. Tenho um exemplo claro: antes de contratarmos o Emerson, todos diziam que ele daria problema. Mas eu queria estabelecer a minha própria ligação com ele. Foram mais de três anos. Houve problema, sim, mas ele nunca faltou com qualidade no trabalho e com comprometimento em dar o seu melhor em campo", apontou.

Segundo Tite, os problemas de Emerson Sheik no Corinthians se resumiram a atrasos, o que já era sabido na época em que ambos estavam no clube do Parque São Jorge. Apesar das broncas, o treinador construiu um vínculo de amizade com o autor dos históricos gols do segundo jogo da final da Copa Libertadores da América de 2012 e foi até acusado de não conseguir se desapegar dele e de outros campeões mundiais no final ruim de temporada em 2013.

Com Tite fora do Corinthians - teve um ano sabático, preparando-se para um eventual convite para assumir a Seleção Brasileira após a Copa do Mundo de 2014 -, Emerson se tornou dispensável para o técnico Mano Menezes, de quem virou desafeto, e passou a reforçar os elogios ao seu antigo comandante.

Hoje, Tite acredita que o elo com o Sheik sirva de lição ao lidar com Neymar. "Vejo uma construção. O Neymar não era diferente em 2012, quando reclamei?", comentou o técnico, referindo-se a um confronto entre Corinthians e Santos pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, quando se irritou com as simulações do então santista, "um mau exemplo para o garoto que está crescendo, para o meu filho".

"Mas estamos em 2016, e o Neymar está com 24 anos. Ele foi para o clube certo, torci para que fosse para o Barcelona", rememorou Tite, que pretende amenizar a pressão sob Neymar na Seleção Brasileira - antes mesmo de começar a trabalhar com o gaúcho, o atacante abriu mão da faixa de capitão, agora alvo de um rodízio. "Injustamente, se a Seleção vai bem, é o Neymar. Se vai mal, é o Neymar. Isso está errado. Não se faz assim", bradou o ex-corintiano.

Bem ou mal, Tite não quer podar Neymar completamente. O técnico valorizou bastante o fato de o seu camisa 10, aos 24 anos, já ser comparado ao argentino Lionel Messi (29) e ao português Cristiano Ronaldo (31) e incentivou o sonho de ganhar o prêmio de melhor jogador do mundo. "Isso faz bem. Não é pecado ser o melhor, conquistar uma posição de destaque, ser técnico da Seleção Brasileira, conseguir dinheiro para que a sua família esteja bem… Tudo isso desde que você seja correto, do bem, com princípios. O que não pode é ter ostentação e arrogância em cima disso", ressalvou.

Confiança

Neymar não é o único jogador brasileiro com quem Tite se empolga no comando da Seleção. Na mesma entrevista concedida à Fox Sports, o técnico enalteceu o meia Philippe Coutinho como "um atleta de alto nível e em momento de afirmação", o lateral esquerdo Marcelo, "há muitos anos no Real Madrid e às vezes capitão da equipe", o volante Casemiro, "crescendo", o zagueiro Thiago Silva, "de seleção do mundo", o lateral direito Daniel Alves, "de 33 anos e espírito de 18", e o zagueiro Marquinhos, "com maturidade de 30 anos aos 22".

"Não estou dizendo que esses jogadores têm cadeira cativa. Quem me conhece sabe disso. Também não estou criando uma falsa ilusão, dizendo que já estamos classificados para a Copa do Mundo. Mas há potencial de crescimento dos atletas, pelo aprendizado dos erros. É uma geração boa, que evoluirá com mais maturidade", concluiu Tite.

O técnico ainda voltou a agradecer aos diversos colegas de profissão que lhe aconselharam antes do bom início de trabalho nas Eliminatórias para o Mundial de 2018, com vitórias sobre Equador e Colômbia. Um deles foi o rodado e desempregado Vanderlei Luxemburgo. "Ele me deu um conselho, que absorvi. Em Eliminatórias, você precisa de resultado imediato, então tem que convocar quem está nas melhores condições. Não dá para formar um grupo, como na Copa América e na Copa do Mundo. Obrigado por isso, cara", disse Tite.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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