Ferj: Federação não é rica, é do tamanho do futebol do RJ
Presidente da Ferj defende taxas do Campeonato Estadual e abre portas para diálogo com Flamengo
A temporada 2015 mostrou dois clubes no Rio de Janeiro contra as práticas da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). Flamengo e Fluminense se uniram e cobram soluções do tamanho da história do futebol carioca.
Alvo da dupla Fla-Flu, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, abriu a caixa preta da instituição e mostrou os números da competição para justificar as taxas cobradas aos clubes nas arrecadações.
"Temos um mapa com todos os Estados do Brasil e os porcentuais que as federações utilizam. Existem 8 Federações que cobram o mesmo valor do Rio, 10%", justificou Rubens Lopes.
Em entrevista ao programa de rádio Bradesco Esporte Clube, o presidente da Federação falou sobre Fred, relação com o Flamengo e as taxas cobradas no Estadual. Confira o que disse o cartola a respeito dos temas polêmicos que cercaram o torneio.
Declarações do atacante Fred
"Ele falou coisas que não deveria ter falado, e aposto que hoje ele não repete isso. Se o Campeonato Estadual acabar várias e várias famílias ficariam desamparadas. Só no Rio seriam mais de 3 mil pessoas. Os estaduais geram empregos para muita gente, são empregos diretos e indiretos. Fora isso, são dos clubes menores que os maiores pegam os atletas também. Uma declaração feita do topo da pirâmide, não deve ser levada muito em conta. Além disso, a rivalidade faz o interesse e o futebol estadual não precisa acabar, mas pode melhorar. É fácil dizer que pode acabar porque não vai mudar nada na sua vida porque você já está bem financeiramente".
Público pequeno na última rodada
"Para o Flamengo não era tão importante, já estava no G-4. Fluminense e Madureira, em Volta Redonda, não era um local que o Fluminense tenha muita torcida. E o Botafogo não tem tido um público muito bom nos jogos ultimamente, mesma coisa o Vasco. O Maracanã também não foi usado, mas acredito que os jogos das semifinais não terá menos de 40 mil".
Presidente do Flamengo
"O presidente do Flamengo disse que eu xinguei, mas eu não vou me pronunciar a respeito porque isso corre em segredo de justiça. Agora, tenho lido as colocações feitas por ele e da mesma forma que disse que está aberto ao diálogo, nós também. A Federação é a casa dos clubes. a Federação do Rio, assim como seu presidente, está disposta a qualquer diálogo com o Flamengo. Já posso aproveitar aqui e dizer que pode partir de nós marcar uma conversa com o Flamengo".
Taxas do Estadual
"Estamos jogando um campeonato que é o melhor campeonato dos últimos 7 anos. Temos um mapa com todos os Estados do Brasil e os percentuais em seus estatutos que elas utilizam. Existem 8 Federações que cobram o mesmo valor do Rio, 10%. Não é isso que impacta na despesa de futebol de nenhum clube. O percentual das taxas da Federação do ano, corresponde a menos de 0,5 %, uma coisa praticamente irrelevante. Os custos no futebol aumentaram com as novas Arenas. Não temos taxas elevadas. Em outubro, o Fluminense pediu um adiantamento de cota e se comprometeu a pagar em 4 parcelas, que estavam em atraso, mas já foram colocadas em dia".
Déficit nas partidas do Rio
"Temos que considerar todas as receitas envolvidas num evento, principalmente as cotas de TV, independentemente quem seja o adversário. Mesmo a TV não transmitindo um jogo, que está no contrato, o clube recebe a cota. A televisão transmite em função do que ela decide. Por exemplo, ela optou por colocar o jogo Flamengo x Vasco no domingo".
Taxas do Rio x taxas da Uefa
"Não estamos falando em percentual de 25%, mas continua sendo 25% a taxa cobrada na Champions. Claro que tem uma rentabilidade maior, mas não varia o percentual".
Premiação no Estadual
"No caso do prêmio, vamos fazer uma comparação até 2013, quando tínhamos até R$ 1,8 milhão para distribuir. O vice-campeão carioca teria R$ 200 mil e o campeão R$ 400 mil. Hoje, os semifinalistas ganharam R$ 200 mil, o campeão da taça Rio R$ 400 mil, o da taça Guanabara R$ 1 milhão e o campeão estadual vai receber R$ 3,5 milhões".
Federação x clubes
"A Federação não é rica, é do tamanho do futebol do Rio de Janeiro. O clube que está em um problema financeiro, são valores que se acumulam e é um problema de gestão, mas deve ter uma mudança que é a lei de responsabilidade fiscal".
Relações com Eurico Miranda
"Vejo os jogos na sala do presidente do Vasco, em São Januário, porque o Eurico Miranda é educado comigo, assim como vou ao camarote no Engenhão, cedido pelo presidente do Botafogo. Vou quando sou convidado, como já fui no camarote do Fluminense no Maracanã, na época do presidente Roberto Horcades".
Papel da Federação
"O que a Federação faz é cumprir a decisão dos clubes, de acordo com que for resolvido por eles".
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