Clubes comemoram MP do Futebol, mas exigem mais mudanças
Reunidos na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) durante a tarde desta terça-feira, clubes da Série A do Campeonato Brasileiro elogiaram a aprovação da MP do Futebol pelo Senado na última segunda. Dirigentes reconheceram avanços à modernização do futebol do País, mas deixaram claro que existe ainda a necessidade de muitas outras mudanças. "Tem que haver a democratização das federações. Isso foi retirado do texto", comentou o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Ele, no entanto, ressaltou que o parcelamento das dividas com a União em até 240 vezes é um ponto positivo. Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético-MG, também destacou o fair play financeiro como um avanço - a MP exige que os clubes estejam em dia com as obrigações, caso contrário não poderão disputar competições oficiais. Porém, o mineiro fez uma análise sobre outros problemas correntes no futebol brasileiro.
"A questão do calendário, da janela de transferências, a importância de se fomentar o programa de sócio-torcedor, ingressos a preços mais justos. Há muita coisa para se discutir, para se avançar. A MP foi só o primeiro passo", declarou Nepomuceno.
Ele defendeu também o reconhecimento aos clubes formadores de atletas, com assistência educacional, médica, etc. "Quem forma, quem investe e faz um trabalho social e esportivo forte, esses clubes precisam ser recompensados".
"Há muita coisa a ser feita, sem dúvida", opinou o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, que falou sobre o sistema de disputa dos campeonatos nacionais. "O modelo com pontos corridos é mais justo. O de mata-mata é mais rentável. Se vai ou não haver mudança nesse ponto, isso depende de muita discussão".
Outro que fez coro para novas mudanças foi o presidente do Fluminense, Peter Siemsen. Ele elogiou a MP por "aprovar as regras de boa gestão", mas acrescentou que o ideal seria o "modelo de gestão" tambem sofrer alterações. "O que está em vigor é ultrapassado. Os dirigentes têm de ser remunerados. As regras devem mudar rapidamente para que se possa viabilizar o clube-empresa. O caminho é longo".