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Campeão sem jogar em 2011, Vladimir luta contra desconfiança em 'estreia'

9 mar 2017 - 11h20
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Vladimir nunca foi unanimidade no Santos. Nesta temporada, o goleiro completará 10 anos no clube. Ao todo, já foram oito títulos com a camisa do Peixe. Porém, sempre que a torcida alvinegra vê o arqueiro embaixo da meta, uma sensação de insegurança toma conta dos santistas.

Mesmo assim, Vladimir nunca cogitou a possibilidade de sair do alvinegro para buscar protagonismo em outra equipe. Paciente, ele sempre 'come pelas beiradas' até surgir alguma oportunidade. E ela apareceu no último dia 12 de fevereiro, contra o Red Bull Brasil, no Pacaembu, quando o goleiro assumiu o posto de titular da equipe comandada por Dorival Júnior, já que Vanderlei quebrou o dedo anelar da mão esquerda e só voltará no final de março.

Apesar das incertezas, o arqueiro 'fechou' a meta no clássico contra o Corinthians, no último sábado, e terá pela frente o maior desafio da carreira nesta quinta-feira, quando começará como titular na estreia do Santos na Libertadores, contra o Sporting Cristal, às 21h45 (de Brasília), no Peru. Sem se preocupar com críticas ou elogios, Vladimir quer brilhar neste primeiro compromisso no torneio continental para acabar de vez com a desconfiança da torcida.

"Venho trabalhando no dia a dia para evoluir cada vez mais. Quero superar e acabar com boa parte da desconfiança que sempre existiu. A questão da desconfiança é natural. Ainda mais porque temos o Vanderlei, que já é um ídolo do clube mesmo em tão pouco tempo. É complicado substituí-lo. Mas eu não posso me abater com nada. A única preocupação que eu tenho é dar o melhor e conseguir o máximo de títulos possíveis com o Santos. Independentemente se o torcedor tem um carinho imenso por mim ou não. Pretendo sempre dar o melhor. Apenas isso", ressaltou o goleiro, em entrevista exclusiva para a Gazeta Esportiva.

Na lista de oito títulos conquistados pelo clube, Vladimir também tem a Libertadores de 2011 no currículo. O arqueiro, inclusive, é o único jogador do atual elenco que esteve presente naquela noite do dia 22 de junho e viu o Peixe levantar a taça do torneio continental pela terceira vez em sua história.

Apesar da conquista, ele não chegou a entrar em campo, já que era o terceiro reserva, atrás de Rafael e Aranha. Mesmo sem ter jogado, Vladimir se vê mais experiente em Liberta, mas acredita que o maior título de sua carreira foi o Campeonato Paulista de 2015, onde foi titular e defendeu um pênalti na decisão contra o rival Palmeiras.

Há 10 anos no Santos, Vladimir acumula títulos, mas luta para 'conquistar' torcedores

Entre as conquistas, o goleiro fez parte do elenco campeão da Libertadores em 2011

Apesar da conquista, Vladimir era reserva e não atuou na Libertadores daquele ano

Em 2015, porém, o goleiro foi titular e defendeu um pênalti na final do Paulistão, dando o título ao Santos em cima do Palmeiras

No último sábado, Vladimir brilhou na Arena Corinthians e fez diversas defesas no clássico, válido pela sétima rodada do Paulistão

Com a lesão de Vanderlei, o camisa 12 assumiu o posto de titular da equipe e fará sua 'estreia' na Libertadores nesta quinta-feira

"Fiz parte daquele elenco campeão. Foi muito prazeroso e é algo que ficou marcado para sempre em minha carreira. Só que eu não atuei. Agora é a primeira vez que estou entrando em campo como titular no torneio. Mas já vivenciei isso, tenho um pouco de bagagem. Sobre a maior conquista pessoal, sem dúvida alguma foi o Paulista de 2015, que ficou mais marcado em minha memória e na minha história. Isso ninguém vai tirar de mim. Ali foi meu quarto Paulistão, mas meu primeiro atuando como titular. Foi meu sétimo título no Santos, mas o primeiro jogando. Isso tem um gostinho especial. Se eu apresentar meu currículo e mostrar meus títulos, todos vão falar da Libertadores, mas particularmente falando, não tenho dúvidas de que o Estadual foi mais importante para mim", concluiu Vladimir.

Leia a entrevista completa com o goleiro do Peixe:

Gazeta Esportiva - O que a Arena Corinthians tem de diferente que faz você brilhar demais no gol do Santos? Teve aquele jogo de 2015, que você faz a sequência de defesas espetaculares e agora teve a grande atuação no último sábado, onde o Peixe só não perdeu de mais porque você salvou. Tem algum segredo especial por lá?

Vladimir - "Não tem nada específico. Foram duas apresentações lá em Itaquera que acabei me destacando. Mas nas duas vezes nós não saímos com a vitória e por isso de nada adiantou. Fico feliz pois é fruto do trabalho. Venho trabalhando no dia a dia para evoluir cada vez mais. Quero superar e acabar com boa parte da desconfiança que sempre existiu em mim. Eu fui criado em time grande e sei o quanto representa ir bem em um jogo contra um dos maiores rivais. Infelizmente não saímos com a vitória no sábado e nem na outra partida em 2015. Particularmente eu saí contente, pois dei o meu máximo para ajudar meus companheiros"

Gazeta Esportiva - Aproveitando que você falou da desconfiança, a gente acompanha sua carreira desde o início e mesmo estando sempre no time profissional, a torcida acaba tendo esse 'pé atrás' com você. Fazer uma boa Libertadores pode mudar essa imagem com a torcida? O que você acha sobre essa situação?

Vladimir - "Procuro sempre deixar bem claro que cada um pode ter sua opinião. Todos estão livres para pensarem, acharem e torcerem para quem eles quiserem. Mas a questão da desconfiança por boa parte dos torcedores é natural. Ainda mais porque temos o Vanderlei, que já é um ídolo do clube mesmo em tão pouco tempo. É complicado substituí-lo. Mas eu não posso me abater com nada. A única preocupação que eu tenho é dar o melhor e conseguir o máximo de títulos possíveis com o Santos. Independentemente se o torcedor tem um carinho imenso por mim ou não. Pretendo sempre dar o melhor. Apenas isso"

Gazeta Esportiva - E hoje tem a estreia na Libertadores. Você é o único desse elenco atual que conquistou o tri da competição com o Santos em 2011, mesmo sem ter atuado. Qual é o tamanho desse torneio? Ele é diferente mesmo? E você já tem alguma experiência para passar aos atletas mais novos do elenco?

Vladimir - "Eu tive uma experiência muito positiva em 2011. Fiz parte daquele elenco campeão da Libertadores. Foi muito prazeroso e é algo que ficou marcado para sempre em minha carreira, não tem como apagar. Só que eu não atuei naquela competição. É a primeira vez que estou entrando em campo como titular no torneio. Mas já vivenciei isso, tenho um pouco de bagagem. Nosso elenco é bem jovem, mas existem jogadores que tem mais de 100 jogos com a camisa do Santos. Apesar de ainda não terem estreado na Libertadores, é sim um grupo experiente e que vai saber lidar com essa competição. A gente tem consciência de que será difícil. Nós não estamos passando por um bom momento no Estadual, mas de maneira alguma podemos deixar que isso nos atrapalhe na Libertadores, sendo que ela nem começou ainda. Como será o ano inteiro de disputa, o torneio requer uma atenção especial e teremos que conciliar bem com o Paulista e o Brasileirão também"

Gazeta Esportiva - Apesar de não ser o titular, você tem uma identificação grande com o Santos. Porém, ano passado você quase não renovou seu vínculo. Você se imagina jogando em outro clube?

Vladimir - "É difícil eu me imaginar jogando em outro clube, ainda mais eu que tenho uma identificação muito grande aqui, esse ano completo 10 anos de Santos. Falo e comento com todos que por mim eu encerro minha carreira aqui com uma satisfação tremenda. Surgir no Santos e encerrar no Santos é para poucos. Mas não adianta só ter a minha vontade, né. Tenho que render dentro de campo. Mas da minha parte, de maneira alguma já passou pela minha cabeça atuar por outra equipe"

Gazeta Esportiva - Desde o começo da temporada, o Santos vem convivendo com várias mudanças na zaga. Uma hora foi Veríssimo e Yuri, depois Cleber e Yuri, e agora o técnico Dorival Júnior levará para a estreia da Liberta a dupla David Braz e Cleber. Você acha que o Peixe está exposto demais nos últimos jogos? A definição dos zagueiros titulares pode passar mais confiança para você?

Vladimir - "A gente que joga em clube grande sabe da competitividade dentro do elenco. Eu me sinto seguro com todas as opções na zaga. Mas infelizmente futebol é resultado. A gente poderia muito bem ter uma dupla de zaga fixa e se os resultados não estivessem acontecendo, todos estariam pedindo para mudar. Como tivemos mudanças no início da temporada e os resultados também não ajudaram, as pessoas acabam criticando. Mas isso faz parte do futebol. Temos de ter humildade para reconhecer nossos erros e tentar acertar aquilo que fazemos nos treinamentos"

Gazeta Esportiva - Para finalizar, qual é o título mais importante para você: o Paulista de 2015 ou a Libertadores de 2011?

Vladimir - "Sem dúvida alguma foi o Paulista de 2015 que ficou mais marcado em minha memória e na minha história. Isso ninguém vai tirar de mim. Ali foi meu quarto Paulistão, mas meu primeiro atuando como titular. Foi meu sétimo título no Santos, mas o primeiro jogando. Isso tem um gostinho especial. Se eu apresentar meu currículo e mostrar meus títulos, todos vão falar da Libertadores, mas particularmente falando, não tenho dúvidas de que o Estadual foi mais importante para mim"

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