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Terra na Copa

Bachelet é criticada por vir à abertura da Copa em meio a temporal no Chile

13 jun 2014 - 14h11
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Deputados e militantes da direita do Chile pediram nesta sexta-feira explicações à presidente Michelle Bachelet por ter viajado ao Brasil para a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, enquanto parte do país era castigada por um temporal de chuva e neve.

A candidata da direita, derrotada por Bachelet nas eleições deste ano, Evelyn Matthei, afirmou em um programa do canal "La Red" que Bachelet "tinha duas opções, ir ao Brasil ou estar aqui, apoiando as pessoas que estão sofrendo".

Os deputados conservadores José Manuel Edwards e Felipe Ward exigiram que a presidente, que hoje assistirá o estreia da seleção chilena contra a Austrália, esclareça quem a acompanha e quem arca com os custos da viagem.

A presidente chilena se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, onde assinaram vários acordos, um deles de troca de informação sobre as violações dos direitos humanos nos países durante suas ditaduras militares.

Depois Bachelet viajou para São Paulo, onde assistiu à cerimônia inaugural e ao primeiro jogo do Mundial e nesta sexta assistirá a partida entre Chile e Austrália na cidade de Cuiabá, antes de retornar a Santiago.

"Esta viagem da presidente é necessária, é importante dar um sinal de apoio a seleção, mas não só é uma audiência para a Copa, mas também para tratar outros de outros temas de trabalho na relação do Chile com o Brasil", comentou a ministra do Esporte, Natalia Riffo.

Da direita também saíram algumas vozes em defesa de Michele Bachelet como a do deputado José Manuel García (RN): "não podemos "descascar" à presidente porque está cumprindo um mandato ao ser convidada por outra presidente. Que tenha coincidido com o Mundial: azar", comentou.

"Sabe o que mais: invejo não ter sido convidado", disse o parlamentar.

A delegação que viajou com Bachelet inclui o chanceler Heraldo Muñoz e o ex-jogador Carlos Caszely, recentemente designado adido esportivo da embaixada do Chile na Espanha.

Também participam da comitiva presidencial três dirigentes empresariais, o presidente da Sociedade de Fomento Fabril (Sofofa) Hermann Von Muhlenbroc; Gonzalo García, diretor da Florestal CMPC, que tem investimentos no Brasil, e Juan Claro, presidente de Engarrafadora Andina, além de seis crianças de famílias atingidas pelo terremoto no norte do país e o incêndio de Valparaíso, de abril.

O temporal acabou na quinta-feira e, segundo os últimos relatórios oficiais, 1.700 foram afetadas e 400 estão isoladas por inundações ou bloqueios de estradas.

EFE   
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