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Terra na Copa

Brasil X Holanda, um jogo nem tão inútil assim

10 jul 2014 - 15h11
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É uma partida que ninguém quer disputar. Um duelo entre duas seleções frustradas por terem ficado fora da grande final, com pouco interesse esportivo, já que ninguém lembra do terceiro colocado da Copa do Mundo.

Mesmo assim, as disputas pelo terceiro lugar costumam ter bastante espetáculo, com muitos gols marcados, como na última edição, com a vitória de virada por 3 a 2 da Alemanha sobre o Uruguai.

Desta vez, a seleção brasileira chega arrasada depois de sofrer a maior humilhação da sua história, massacrada por 7 a 1 pela Alemanha, na última terça-feira no Mineirão.

É a quarta vez que o Brasil disputará o terceiro lugar de um Mundial. Foram duas vitórias, em 1938 (4 a 2 sobre a Suécia) e em 1978 (2 a 1 sobre a Itália), e uma derrota, em 1974 (1 a 0 para a Polônia).

A partida contra a Holanda, que perdeu nos pênaltis para a Argentina na outra semifinal, está marcada para este sábado, no estádio Mané Garrincha de Brasília.

"Acho que este jogo nem deveria ser jogado. É injusto, porque temos um dia a menos para nos recuperar. Mas o pior é a possibilidade de perder duas vezes seguidas. É um torneio em que você jogou maravilhosamente e pode sair como um perdedor. Já disse isso há 20 anos. Não acho que faz sentido jogar pelo terceiro lugar, já que só tem um prêmio que é o primeiro lugar", reclamou o técnico da Holanda, Louis Van Gaal, depois da eliminação da sua equipe.

O lateral brasileiro Daniel Alves concordou com a visão do treinador. "Para mim, o importante é o primeiro lugar. Quando não se consegue o primeiro lugar, para mim, não tem importância. A gente veste uma camisa, representa milhões de pessoas, joga por um escudo e uma nação. Por isso, a gente tem que engolir essa derrota e entrar em campo no sábado. Mas, para mim, todo jogo é para ser primeiro", confessou o jogador do Barcelona.

Apesar disso, a seleção brasileira pode tentar usar a partida para juntar os cacos e começar o trabalho de renovação rumo à próxima Copa do Mundo, em 2018, na Rússia.

Seguem alguns motivos de interesse para o jogo de sábado:

Nada poderá apagar o vexame do 'Mineiratzen'. Essa humilhação é uma mancha que marcará para sempre a história centenária da seleção brasileira. Mesmo assim, uma vitória sobre a Holanda pode ajudar a equipe a se despedir da torcida com uma nota positiva no Mundial que disputa em casa. Sem a pressão que abalou a equipe durante toda a competição, os jogadores podem se soltar e tentar mostrar que os seis minutos desastrosos em que sofreram quatro gols da Alemanha foram apenas um apagão.

-Experiência para reservas que têm futuro:

O técnico Luiz Felipe Scolari deve, provavelmente, mexer na equipe e dar tempo de jogo a atletas que pouco entraram em campo. O fato de disputar um jogo de Copa do Mundo, por mais que tenha apenas um valor simbólico, pode servir de experiência para jogadores que podem ser destaques em 2018, como Willian, por exemplo, que tem 25 anos e nunca entrou em campo como titular com a seleção brasileira.

O Brasil pode dar o troco da derrota de virada por 2 a 1 para a Holanda que sofreu nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010. Essa eliminação ficou engasgada para alguns jogadores da seleção atual, como Júlio César, considerado o grande vilão por ter falhado no lance do empate holandês, ou para Ramires, que não pôde disputar a partida por estar suspenso. Outros três jogadores presentes nesta Copa faziam parte da equipe comandada por Dunga na época. Maicon era titular na lateral direita, com Daniel jogando como meia, enquanto o capitão atual Thiago Silva ficou no banco de reservas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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