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Terra na Copa

Messi, a salvação do decepcionante ataque argentino

22 jun 2014 - 12h20
(atualizado às 15h27)
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Apesar da expectativa construída em torno do retorno do "Quarteto Fantástico" ao ataque da seleção argentina, a equipe decepcionou novamente na partida contra o Irã, sendo salva da tragédia somente por Lionel Messi.

Tanto Gonzalo Higuaín, que jogou pela primeira vez nesta Copa do Mundo, como Sergio Agüero e Ángel di María ficaram aquém do esperado. O técnico português Carlos Queiroz armou o time iraniano de maneira defensiva, conseguindo com isso parar uma das seleções favoritas ao título.

Na partida anterior, contra a Bósnia, o esquema 5-2-3 adotado pelo treinador Alejandro Sabella foi considerado defensivo demais. Mas o 4-3-3 escolhido desta vez, o favorito de Messi, que também não jogou bem, não trouxe o resultado esperado.

A Argentina teve mais jogadores ofensivos, mas não atacou melhor ou desestabilizou com maior facilidade seu rival.

Para Sabella, além da falta de criação, o mais preocupante é o caos defensivo observado no segundo tempo, que converteu o goleiro Sergio Romero em um personagem fundamental, com três defesas importantes quando o jogo ainda estava empatado. Os contra-ataques iranianos quase causaram vexame histórico aos argentinos.

"As minhas preocupações são as mesmas que as suas. Todos queremos ganhar. Estamos buscando o equilíbrio", respondeu o técnico na coletiva de imprensa depois da partida, em Belo Horizonte.

"Eles ficaram recuados e foi difícil encontrar espaços e passes entre as linhas", avaliou.

A maioria dos jogadores concordou com o treinador e criticou a equipe rival, evitando fazer autocríticas.

"Foi uma partida difícil de ganhar pelo jeito que eles jogaram. Ficaram muito recuados. Nós não encontrávamos espaços, não podíamos entrar", afirmou Messi.

"É muito difícil jogar contra onze jogadores atrás da bola. Tentamos por todos os lados e às vezes as coisas não saíam", destacou o zagueiro Ezequiel Garay.

Mais sincero e com a experiência de outros dois Mundiais, o volante Javier Mascherano - que jogou sua 100ª partida pela seleção - advertiu que "assim não se ganha".

Classificada antecipadamente para as oitavas de final, a Argentina ainda vai enfrentar a Nigéria na quarta-feira, em Porto Alegre, no encerramento do grupo F.

Alguns jogadores, como o meio-campo Fernando Gago, esperam que na segunda fase os rivais não joguem tão defensivamente e abram mais espaços.

"Temos que seguir melhorando. Não acredito que a equipe do Irã, com dez jogadores recuados, seja o normal. A partir das oitavas, quem perde vai embora", ressaltou.

Além da pouca produtividade do "Quarteto Fantástico" (três gols em duas partidas, dois deles de Messi e o outro contra), as falhas do time no meio-campo e na defesa também ficaram expostas, e devem ser aproveitadas pelos próximos adversários.

Os iranianos conseguiram, sem muito esforço, abrir brechas na defesa argentina, enquanto os zagueiros tinham que cobrir os espaços deixados pelos laterais Marco Rojo e Pablo Zabaleta.

Em meio a esse panorama obscuro, Sabella tem uma certeza: sua confiança no goleiro Romero, que estava questionado por ser reserva em seu clube, o Mônaco.

"A confiança do treinador e de meus companheiros me deu muita força, me fez deixar a ansiedade de lado e jogar livremente cada partida", comemorou o jogador.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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