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Terra na Copa

Brasil tem torcida organizada que critica Teixeira e elogia Andrés

19 dez 2011 - 17h42
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Allan Brito
Direto de São Paulo

O nome remete a guerra, mas o discurso é de paz. A Brigada Verde-Amarela não é um exército brasileiro, mas sim uma torcida organizada que pretende preparar a população para a Copa do Mundo de 2014. Presente em todos jogos da Seleção feminina no Torneio Cidade de São Paulo, a Brigada apoiou o time o tempo todo, mas também fez críticas sobre questões que vão além das quatro linhas.

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Em São Paulo, o líder da torcida organizada é Robson Moreira, conhecido como Lico, que tem 30 anos de idade e é corretor de imóveis. Ele explicou que os protestos não são contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e na verdade só pedem que o preço dos ingressos diminua nos estádios brasileiros.

Apesar disso, Ricardo Teixeira é alvo de críticas. A Brigada Verde-Amarela esteve nos protestos recentes que pediram a saída do presidente da CBF, e Lico reforçou a ideia da torcida sobre Teixeira. "Já era para estar fora", disse ele, que, no entanto, elogiou Andrés Sanchez, novo diretor de seleções. "Que o Andrés tenha sucesso e faça um bom trabalho na Seleção, assim como ele fez no Corinthians", afirmou.

Lico contou que já tentou um contato com a CBF para que a Brigada fosse apoiada pela entidade. Mas não teve sucesso. "Ela disse que não precisava de torcida organizada, porque sempre tem gente para torcer", contou ele, que reforçou as críticas sobre o preço dos ingressos, argumentando que isso também atrapalha o crescimento da Brigada: "infelizmente o preço do ingresso do futebol masculino é muito caro, então a gente só consegue maior representação no feminino".

Por enquanto a torcida organizada conta com 400 pessoas em São Paulo e também representantes em Recife, Alagoas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba. Foi fundada em 2009, com o primeiro movimento realizado em um jogo entre Brasil e Paraguai, em Pernambuco, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. E apresenta sempre um discurso patriótico. Em seu site, convoca a torcida: "com muito orgulho demonstraremos todo amor que sentimos pelo Brasil nos estádios de futebol".

Questionado sobre a origem da Brigada, Lico seguiu o mesmo tom. "A ideia surgiu do amor à pátria", disse ele, para depois completar. "Em todo lugar cada um tem seu time, mas também torce para a sua seleção", disse ele, admitindo a inspiração em torcidas que se organizam em outos países.

No Brasil a intenção é acabar com clubismo, mas a maioria das músicas cantadas pela Brigada são adaptações de cantos entoados por organizadas dos clubes paulistas. "A gente canta músicas de todos os times para agradar todo mundo. Tem que esquecer o clubismo. Aqui é o único lugar em que o irmão palmeirense torce com o irmão corintiano", comemorou Lico.

Ele admitiu também ser ex-membro da Dragões da Real, torcida organizada do São Paulo, mas disse que não vai mais para jogos do time do Morumbi e até já visitou a Gaviões da Fiel, do rival Corinthians. "A gente mantém contato com as torcidas organizadas. Por isso saí da Dragões. Fui visitar a Gaviões e fui bem recebido", contou Lico.

Para o futuro, a Brigada pretende abrir uma sede em São Paulo e ampliar o apoio ao Brasil. Com a intenção de aumentar seu alcance, ela também vai apoiar atletas do país em outros esportes, como atletismo, natação e MMA. A torcida organizada do Brasil promete inclusive participar da Corrida São Silvestre de 2011.

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Fonte: Terra
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