Técnicos, atletas e dirigentes falam da saída de Teixeira; veja frases
A renúncia de Ricardo Teixeira do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no início da tarde desta segunda-feira teve enorme repercussão, especialmente entre os profissionais até hoje ligados ao futebol. Após 23 anos no poder da entidade, ele deixou José Maria Marin, vice-presidente com mais idade da CBF, como novo mandatário até abril de 2015.
» Relembre a trajetória de Ricardo Teixeira na CBF
Confira, a seguir, as principais frases ditas por personalidades sobre a saída de Teixeira e a troca de comando na CBF:
Andrew Jennings; jornalista britânico que denunciou casos de corrupção da Fifa, no Twitter
Havelange em dezembro, Teixeira hoje e Blatter em breve. Foi um trabalho duro, muito obrigado às minhas fontes anônimas
Paulo Schettino, presidente da Federação Mineira de Futebol
Ele fez uma reunião conosco (presidentes de Federações Estaduais) e nos disse que ia tirar uma licença de uns 30, 60 ou 90 dias porque estava com diverticulite. Hoje chega a renúncia, mas vamos aguardar os acontecimentos porque muita coisa vai acontecer agora. Eu não posso falar que sou contrário ao Marin porque a Federação Mineira de Futebol votou no Ricardo Teixeira, e ele era vice do Ricardo. Eu teria que ter me posicionado lá atrás e não me posicionei. Agora vou aguardar para saber o que ele (Marin) pretende, o que ele vai fazer ou deixar de fazer
Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em nota oficial
Diante do anúncio da nova liderança do Comitê Organizador Local (COL) para a Copa do Mundo de 2014, o Ministério do Esporte reafirma sua determinação de continuar cooperando com a entidade responsável pela organização do Mundial. Seguiremos trabalhando em harmonia para o êxito das tarefas comuns necessárias ao sucesso do evento.
Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, em entrevista
Ele vai dar continuidade administrativa e quando isso acontece não há muito o que fazer. Se deve haver revezamento ou não, cabe ao presidente decidir. Na Federação Paulista eu faço um revezamento de poder. O Ricardo Teixeiraficou muitos anos e, quando tinha que se ausentar colocava o Nabi Abi Chedid, depois do José Maria Marin. São maneiras de administrar.
Romário; ex-atacante e deputado federal, no Facebook
Hoje podemos comemorar. Exterminamos um câncer do futebol brasileiro. Finalmente, Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF. Espero que o novo presidente, João Maria Marin, o que furtou a medalha do jogador do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores, não faça daquele ato uma constante na Confederação. Senão, teremos que exterminar a AIDS também. Tô muito feliz em saber que participei deste momento de vitória e de mudança para o futebol brasileiro. Não só acredito, mas também espero, que uma limpeza geral deve ser feita na CBF. Só então, definitivamente, poderemos ficar tranquilos de que a mudança acontecerá em todos os sentidos.
Bebeto; ex-atacante e integrante do COL, em entrevista ao SporTV
Fui pego de surpresa. Em 16 de fevereiro, quando recebi convite do COL e do presidente, ele parecia bem contente, brincando comigo e com o Ronaldo, contando histórias de quando estivemos juntos na Seleção. É um problema pessoal, não podemos nos esquecer do trabalho feito na Seleção. Ele foi o homem forte que trouxe a Copa para o Brasil. Agora vamos continuar o trabalho e fazer o melhor para o nosso povo e nosso País para uma das melhores Copas da história.
Belletti; ex-lateral, no Twitter
Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. A CBF deveria reunir atletas, dirigentes e empresas para um debate sobre como melhorar o futebol no país. Toda ideia deve ser discutida.
Juvenal Juvêncio; presidente do São Paulo, em nota oficial
O Dr. Marin é um advogado ilustre, com uma trajetória importante no futebol. Inclusive com experiência dentro do campo. Temos plena confiança de que ele vai trazer um novo momento para o futebol brasileiro. Desejamos a ele toda sorte e apoio neste momento.
Casagrande; ex-jogador e comentarista, ao SporTV
É o final de uma ditadura no futebol brasileiro. Sou contra mandatos longos de qualquer tipo que seja, em qualquer cargo, pois começa a se formar uma máfia no que se está presidindo. Não sou contra o Ricardo Teixeira, mas acho que vai ser o bem para o futebol brasileiro. Se ele fez o bem para o futebol brasileiro e construiu coisas boas durante o mandato, houve coisas ruins também. Estava na hora, até para dar uma revigorada. Era necessário respirar novos ares.
Diogo Silva; lutador de taekwondo, pelo Twitter
Putz, o cara que vai entrar no lugar do Ricardo Teixeira é o mesmo que colocou a medalha no bolso. Aí não, que país é esse.
Marcelo Tas; jornalista, apresentador e blogueiro do Terra, no Twitter
Acusado por evasão de $, Ricardo Teixeira deixa CBF e vai morar em Boca Ratón, EUA. A realidade sempre supera a ficção.
Dunga; ex-técnico da Seleção Brasileira e capitão do tetra em 1994, em entrevista ao Terra:
Eu não gostaria de falar muito a respeito. Não estava acompanhando, viajei muito nos últimos dias. Agora é esperar para ver o que vai acontecer, mas não lembro de já ter falado com o José Maria Marín.
Paulo André; zagueiro do Corinthians, no Twitter
Ricardo Teixeira renuncia à CBF e ao comitê da Copa. Marin assume... Começamos bem a semana! Mas não adianta mudar a presidência e não alterar a mentalidade e o modelo de gestão aplicado pela CBF. Novas ideias são bem vindas, espero. Que sejam boas... Me coloco a disposição para ajudar!
William; ex-zagueiro do Corinthians, no Twitter
Eu também estou à disposição. Toda crise é uma oportunidade de mudança.
Emerson Leão; técnico do São Paulo e ex-Seleção Brasileira, em entrevista ao Terra
Não tenho nada a falar sobre ele, o que tinha já disse há muitos anos e hoje não falo mais. Sobre o Marin, eu o conheço pessoalmente, há mais de 40 anos. Desejo a felicidade e êxito de que a CBF precisa. Ele vai fazer o seu melhor para organizar a Copa do Mundo.
Carlos Alberto Parreira; ex-técnico da Seleção Brasileira, em entrevista ao SporTV
O Ricardo Teixeira é um amigo. Nós nos conhecemos há muitos anos, ele me levou à CBF e fomos campeões do mundo. O trabalho fica marcado pelos fatos positivos, vitórias, e também algumas coisas conturbadas contra ele. Havia muita pressão e prevaleceu o lado humano do Ricardo. É um homem pai de família, marido, avô e que agora está com um problema de saúde. Agora é preciso se cuidar. As pressões eram enormes e ele resolveu dar fim a isso tudo, descansar e cuidar da vida pessoal. Cada dirigente tem a sua filosofia, preferências, e é necessário dar continuidade. Não se pode interromper o processo. O bom senso é dar continuidade.
Ednaldo Rodrigues; presidente da Federação Baiana de Futebol
A gente já tinha mais ou menos essa informação de renúncia. Na reforma do estatuto que fizemos em 2006, ainda sem a Copa certa, se esclarece tudo de que o mandato seria coberto até o final da Copa (2015). Essa posição não é só minha, mas de outras federações que foram intituladas rebeldes. Eu trocaria por independentes.
Antonio Carlos Nunes de Lima; presidente da Federação Paraense
Foi cumprido o estatuto e sou a favor que se cumpra o que está expresso na lei. Não vou participar desse movimento (por eleições na CBF). Nosso colega (Ednaldo Rodrigues) não veio, mas poderia estar aqui. O Marin é vice porque elegemos junto com o Ricardo na última eleição, tem muita experiência e já presidiu a Federação Paulista.
Delfim Peixoto Filho; presidente da Federação de Santa Catarina
Sem problemas. Ele foi homem público, vereador, governador, deputado, presidiu a Federação Paulista por duas vezes. É homem de bem. Sou um legalista e defendo que o estatuto precisa ser respeitado como a Constituição. Na minha juventude, fui para a cadeia como preso político porque me insurgi contra uma mudança na Constituição.
Falcão; cantor, no Twitter
Sai Ricardo Teixeira e entra Marin: é o mesmo que defecar limpar o fiofó com doce de leite.