Finalistas, Coritiba e Operário têm história no Paranaense
Em 1961, ano da última final do Operário, a equipe enfrentou o Coritiba no "caso Agapito"
Coritiba e Operário realizam a final do Campeonato Paranaense. O jogo, embora não tenha muita rivalidade, já protagonizou uma das maiores polêmicas da história do futebol local. Em 1961, quando os clubes se enfrentaram na decisão da Taça Sul, veio à tona o "caso Agapito", que repercute muito até os dias atuais.
Primeiramente, é importante explicar o regulamento do Estadual daquele ano: eram 37 clubes envolvidos, divididos em três grupos (Sul, Norte velho e Norte novo) e os campeões de cada chave decidiam o título da competição.
A final da Taça Sul foi entre os dois finalistas deste ano, que realizaram quatro jogos para definir quem ficaria com a taça, já que o saldo de gols passou a ser um critério de desempate somente na última partida envolvendo os clubes. Dentro de campo, deu a equipe da capital - os resultados foram 2 a 0 para o time de Ponta Grossa no Estádio Couto Pereira, 1 a 1 no interior do Estado, 3 a 0 para os alviverdes em campo neutro e um novo empate pro 1 a 1, no Estádio Durival Britto e Silva. Tudo isso em dezembro daquele ano.
Porém, o Operário alegou que o então atacante Agapito, do Coritiba, atuou de forma irregular. “Esse jogador era paraguaio e foi registrado em Foz do Iguaçu. Mas foi de forma incorreta, o que gerou todo esse imbróglio que mudou o time a passar de fase”, relembra o historiador Guilherme Straube, do grupo Helênicos, que monitora toda a história coxa-branca.
Para piorar a polêmica, foi descoberto depois que o jogador Leocádio, do Operário, também tinha esse mesmo problema. "Só que o Coritiba só descobriu isso anos depois. Quando deu entrada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) foi alegado que o prazo já havia prescrevido", complementa Straube.
Quem viveu todas essa polêmica dentro de campo foi o ex-atacante Jairo, do Operário de Ponta Grossa. "Conseguimos reverter o quadro devido ao caso Agapito. Até hoje comentam muito disso como um dos casos mais emblemáticos do futebol paranaense", recorda. "Mesmo assim, nós merecemos chegar a final. Nosso time era muito bom e a torcida fanática, presente. Foi quando o Paraná passou a conhecer o 'Trem Fantasma'", finaliza com orgulho.
No triangular final, o Operário ficou com o vice-campeonato, pois foi superado pelo Cornélio Procópio, campeão paranaense de 1961. Essa foi a última decisão do time do interior, que volta a ter a chance de ser campeão após 54 anos.