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Técnico é fruto da parceria entre Atlético-PR e Ferroviária

A ligação entre as equipes foi feita pelo presidente rubro-negro com o ex-prefeito da cidade paulista

23 abr 2015 - 07h00
(atualizado às 19h16)
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A contratação do técnico Milton Mendes pode até surpreender em um primeiro momento , mas a sua vinda é fruto de uma parceria. Atlético-PR e Ferroviária-SP têm ligações diretas desde 2004, quando iniciou a aproximação definitiva entre os clubes. Na própria apresentação, o time afirma que o "treinador já fazia parte do projeto Furacão".

A contratação de Milton Mendes, 49 anos, revoltou ainda mais o torcedor rubro-negro
A contratação de Milton Mendes, 49 anos, revoltou ainda mais o torcedor rubro-negro
Foto: Divulgação/Atlético-PR

Cinco horas depois de demitir Enderson Moreira, o time paranaense agiu rápido e anunciou o técnico da equipe do interior paulista como substituto. Seria estranho um clube de Série A buscar o campeão da Série A-2 do Campeonato Paulista, mesmo com o título da competição, mas a explicação é convincente – pelo menos na teoria.

A diretoria rubro-negra, no ano passado, tentou trazer Mendes para treinar o elenco do Sub-23, após sua saída do rival Paraná no Estadual, mas teve a proposta recusada inicialmente. Assim, o departamento de futebol decidiu indicá-lo para a Ferroviária-SP em outubro e, de certa forma, o usou como teste para trazê-lo definitivamente para o elenco principal.

“A primeira vez que ouvimos o nome dele foi por uma sugestão do Atlético-PR. Fomos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento sobre o Milton Mendes. O Atlético-PR referendou e disse até que gostaria de vê-lo trabalhando mais de perto. Unimos o útil ao agradável”, afirma José Manoel Evaristo, diretor de futebol da “Ferrinha”, ao jornal Gazeta do Povo.

No clube paulista, a desconfiança foi a mesma. No fim, o treinador saiu ovacionado e até com carta emoldurada da torcida em agradecimento. Em 17 jogos, a Ferroviária-SP fez 40 pontos: 13 vitórias, um empate e três derrotadas, garantindo o título e o acesso com duas rodadas de antecedência. O suficiente para o presidente Mario Celso Petraglia decidir que era a hora de trazê-lo, ainda mais por ser desconhecido do cenário e, com isso, dificilmente reclamará ou criticará o planejamento publicamente, como fizeram os últimos dois treinador atleticanos.

Relação estremecida

Renato Cajá, vendido a Ponte Preta, fez o contato entre os clubes estremecer
Renato Cajá, vendido a Ponte Preta, fez o contato entre os clubes estremecer
Foto: Rodrigo Villalba / Futura Press

O meio-campista Renato Cajá chegou a fazer a parceria romper em determinado momento. O meia da Ponte Preta é cria da Ferroviária-SP e, apesar de ter preferência de compra, o Atlético-PR não conseguiu pegá-lo na época, o que irritou a direção rubro-negra.

Em fevereiro do ano passado, a ligação voltou a ser forte após ficar turbulenta entre 2009 e 2012 – apenas Pedro Júnior foi para Araraquara neste período. Sidiclei Menezes, ex-diretor do Arapongas, foi contratado em fevereiro e, desde lá, é o responsável pelo entre as direções, sendo o principal responsável por tudo que envolve a parceria.

Parceria de 11 anos

Petraglia alinhou a parceria com ex-prefeito de Araraquara-SP, Edinho Silva
Petraglia alinhou a parceria com ex-prefeito de Araraquara-SP, Edinho Silva
Foto: Câmara Municipal de Curitiba / Divulgação

O ápice da parceira entre os times aconteceu agora, com a vinda de um treinador para a equipe principal, em um momento de crise dentro de campo com a ida vexatória para o Torneio da Morte do Campeonato Paranaense. Entretanto, essas trocas de experiências completam 11 anos em 2015.

Petraglia, sócio da empresa Inepar, instalou seu centro industrial em Araraquara, em 2003. Na época, Edinho Silva, patrono da Ferroviária-SP, era prefeito da cidade pelo PT e ambos costuraram patrocínios para o clube paulista. “Patrocinou camisa, placa de publicidade”, relembra Welson Alves Ferreira Júnior, ex-presidente.

Mais um caso também envolve esse envolvimento entre os dirigentes. Filho de Silva, Pedro Martins trabalhou no marketing atleticano entre 2006 e 2009. Depois de fazer MBA em Indústria do Futebol na Universidade de Liverpool, ele é uma das cabeças pensantes que criaram o Departamento de Inteligência e Formação (DIF) do clube paranaense. O setor é responsável por indicar e referendar contratações, sendo alvo de críticas da torcida, especialmente no momento atual.

Números

Mário Sérgio, criado na Ferroviária-SP, rescindiu contrato com o Atlético-PR neste ano e acertou com o Joinville
Mário Sérgio, criado na Ferroviária-SP, rescindiu contrato com o Atlético-PR neste ano e acertou com o Joinville
Foto: Getty Images

Ao todo, mais de 30 jogadores do Atlético-PR atuaram pela Ferroviária-SP – o caminho inverso foi feito por menos de um terço. A parceria é feita da seguinte forma: o clube paranaense paga os salários de todos os atletas que são emprestados para a equipe paulista e, em troca, pode escolher as promessas do time parceiro, ficando com 50% dos direitos econômicos dos atletas.

Neste ano, por exemplo, três jogadores atuaram no Estadual com a camisa rubro-negra: o goleiro Alexandre, o volante Matteus e o lateral-direito Mário Sérgio. Enquanto os dois primeiros perderam espaço na transição do Sub-23 para o elenco principal no meio da competição, o terceiro rescindiu contrato e acertou com o Joinville.

Já na campeã Ferroviária, dois nomes do elenco atleticano: o goleiro Rodolfo e o atacante Tiago Adan foram os destaques da campanha, com o arqueiro sendo o capitão e o centroavante marcando o gol do título. 

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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