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Campeonato Paranaense

"Mista", torcida do Operário divide paixões no futebol

Futebol paulista é forte em Ponta Grossa e divide a paixão dos torcedores

27 abr 2015 - 07h00
(atualizado às 13h28)
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Não é nenhuma novidade que o trio de ferro da capital só tem um grande número de torcedores em Curitiba. O restante do Estado divide o coração entre o time local e, principalmente, do eixo Rio/São Paulo. Em Ponta Grossa, na primeira final do Toda a cidade estava animada e ficou ainda mais depois da vitória por 2 a 0 do "Fantasma" , que deu uma boa vantagem ao clube da casa. Independente do resultado, os torcedores comemoravam a boa campanha da equipe alvinegra que, além de voltar a disputar uma final depois de 54 anos , ainda garantiu uma vaga na Série D deste ano.

Torcida do Operário passou times tradicionais e só perde para Flamengo e Corinthians em Ponta Grossa
Torcida do Operário passou times tradicionais e só perde para Flamengo e Corinthians em Ponta Grossa
Foto: Guilherme Moreira/PGTM Comunicação - Especial para o Terra

Samuel Antônio dos Santos, 51 anos, vive duas finais ao mesmo tempo. Torcedor do Palmeiras, que venceu o Santos por 1 a 0, o funcionário público festeja o grande momento que vive no futebol, especialmente com o time da cidade. "Para mim, o Operário já é campeão. Conseguiu vaga na Copa do Brasil, no Brasileiro e ainda está na final. Claro que, agora que chegou, queremos ser campeões de fato, mas o que vier é lucro já", afirma o torcedor que, antes da partida, apostou e acertou o placar do duelo.

Antônio Maurício Costa, 53, professor de Educação Física, é outro que também possui uma paixão fora de Ponta Grossa, mas garante que o Operário é o primeiro amor da sua vida. "Não posso negar que tenho o meu Corinthians, mas o Operário vem em primeiro lugar", garante.

Em levantamento do Instituto Paraná Pesquisas entre 4 e 7 de abril, a ótima campanha neste Estadual mostrou que a cidade voltou a ter orgulho da equipe . Na época das quartas de final, quando enfrentava o Paraná, a pesquisa apontou que o Operário tem 9,7% da torcida pontagrossense. Em comparação a dezembro de 2012, última feita na cidade, o índice era de apenas 2,8%. Ou seja, triplicou.

Esse aumento recente fez o Operário passar clubes tradicionais, como Santos, São Paulo e Palmeiras e fica atrás apenas de Flamengo (9,9%) e Corinthians (19,3%). Em comparação aos times paranaense, o Atlético-PR é o melhor com 2,8% - pouco mais que a torcida coxa-branca, que tem 2%. O Paraná  possui apenas 0,1%. "A cidade está em festa. As pessoas nas ruas não falam em outra coisa a não ser no Operário na final. Vai faltar lugar", comemora o mandatário do clube, Lourival Pontarollo.

No Estádio Germano Krüger ficou ainda mais visível essa empolgação. Apesar de raríssimas camisas de times de São Paulo na arquibancada ou sendo vendida na rua por ambulantes, as cores pretas e brancam dominavam o local. Em conversa com alguns torcedores, a orientação é de evitar outro vestuário que não seja alusiva ao "Fantasma". Em alguns casos, inclusive, é pedido - educadamente - para a pessoa tirar durante o duelo.

Ingresso e sócio

Cores preta e branco são predominantes, pelo menos no Estádio Germano Krüger
Cores preta e branco são predominantes, pelo menos no Estádio Germano Krüger
Foto: Divulgação/Luciano Mendes

A diretoria do Operário decidiu aumentar o valor do ingresso para a finalíssima. De R$ 80, o bilhete passou para R$ 100 com o objetivo de forçar a associação. Mesmo com o bilhete salgado, o público foi de 7.067 pagantes, sendo 7.895 total. Os planos do programa "Amigos do Operário "variam de R$ 40 a R$ 500, que atualmente tem aproximadamente 1.600 associados. 

"Ter calendário foi determinante para começar a ter mais sócios. Muitos estavam em dúvida e, com isso, foi um grande impulso para todos nós. Está mais do que na hora da torcida vir ao estádio, dar esse respaldo e ser sócio do clube para que o time possa sempre chegar em decisões", opina Santos, sócio desde o ano passado.

Costa, professor, vai pelo mesmo caminho e se associou nesta temporada. Com elogios ao programa do clube, o sócio cobra que os torcedores façam o mesmo e ajudem a fazer o time crescer. "A diretoria está incentivando e virei sócio. Quem não entrou como sócio está perdendo, poderia estar tranquilo e ter a comodidade", acrescenta.

Diferente dos dois sócios, alguns torcedores reclamaram que aumentar o ingresso para forçar a associação não é a maneira mais correta. Lucas Pacheco do Nascimento, 22 anos, não é sócio e está na bronca com a diretoria do clube devido ao alto valor do bilhete. "Não vou ser sócio. Se continuar esse preço do ingresso, não venho mais também. Diretoria tinha que colocar um valor mais barato para encher o estádio", protesta o torcedor, que está desempregado atualmente.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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