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Campeonato Paranaense

Paulo André concilia militância com boa fase no Atlético-PR

11 mai 2016 - 11h45
(atualizado às 15h26)
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Campeão paranaense no último fim de semana, o zagueiro Paulo André mostrou mais uma vez que sua militância no Bom Senso FC, em defesa de um futebol moderno e transparente, não afeta o desempenho em campo. Aos 32 anos, ele foi um dos destaques da campanha do Furacão, clube pelo qual despontou no futebol brasileiro em 2005 e 2006.

“Thiago Silva continua sendo o melhor zagueiro brasileiro em atividade. É muito raso não convocá-lo por questões pessoais ou emocionais", disse o zagueiro
“Thiago Silva continua sendo o melhor zagueiro brasileiro em atividade. É muito raso não convocá-lo por questões pessoais ou emocionais", disse o zagueiro
Foto: Gustavo Oliveira/Clube Atlético Paranaense

Em 2006, Paulo André chamou a atenção do futebol francês e foi negociado para o Le Mans. Em 2009, veio para o Corinthians, onde atuou por seis anos e teve participação direta no título do Campeonato Brasileiro de 2011. Ele ainda jogaria pelo Shangai Shenhua, da China, e no Cruzeiro antes de retornar para o Atlético.

Nesta entrevista ao Terra, Paulo André fala do clube, do seu primeiro título pelo Atlético, se diz “inquieto, curioso e contestador” e defende com firmeza a presença de Thiago Silva na seleção brasileira, numa declaração em que critica o técnico Dunga por deixar o zagueiro do PSG fora das últimas listas da equipe.

Você foi um dos destaques da campanha do título do Atlético-PR. Como se sente nesse seu retorno ao Furacão depois de dez anos? 

Estou feliz, sempre me senti em casa defendendo o Furacão. E hoje, mais do que nunca, acredito no futebol que o treinador quer produzir e no projeto que o clube pretende alcançar. Isso me faz ir ao clube todos os dias como se eu fosse um menino cheio de sonhos.

O que viu de diferente no clube após uma década distante do Atlético-PR? 

São momentos distintos, aquele era o final de um período muito vitorioso do clube e a energia entre time e torcida era mágico. Dessa vez encontrei um clube carente de títulos e de ídolos que pudessem edificar o caminho a ser percorrido. Por outro lado, estruturalmente, o clube cresceu demais. Espero que a gente esteja iniciando mais um ciclo vitorioso para o Furacão.

O Atlético ganhou o Paranaense e foi vice da Primeira Liga. Pode sonhar com uma campanha de ponta no Brasileiro?

Eu acho muito cedo para cravarmos qualquer situação. Não podemos criar uma expectativa e depois não alcançá-la. Precisamos que o nosso torcedor entenda a dificuldade do campeonato e abrace a equipe do começo ao fim. Só com essa união teremos a chance de chegar mais longe. Temos um bom elenco e estamos crescendo a cada jogo. 

Como você concilia a militância no Bom Senso FC, a favor da melhoria das condições de trabalho no futebol, com a atividade de campo? 

O futebol demanda a maior parte do meu tempo e sou apaixonado pela minha profissão. Porém, nas horas vagas, faço de tudo um pouco, assim como qualquer outra pessoa. E dentre essas diversas coisas, procuro participar de práticas coerentes com meus ideais. Defendo e acredito em um futebol e em um País melhor para todos.

A campanha no Campeonato Paranaense é uma prova de que isso não interfere em seu desempenho profissional? 

Estou há anos seguindo este caminho com retidão, provando que é possível ser um atleta de alto rendimento e ao mesmo tempo ter opinião e posicionamento sobre questões relevantes do meio em que vivo. As pessoas costumam separar os jogadores e os ídolos dos seres humanos que vestem aquela pele, eu não consigo. Sou um ser inquieto, curioso e contestador.

A seleção brasileira passa por uma fase de indefinição na sua zaga. Pela primeira vez, há anos, nem Thiago Silva nem David Luiz foram chamados para a seleção. Essa ausência dupla, dos titulares no Mundial de 2014, sinaliza que passamos por uma renovação no setor? 

Thiago Silva continua sendo o melhor zagueiro brasileiro em atividade. É muito raso não convocá-lo por questões pessoais ou emocionais. De qualquer forma, a renovação é constante no futebol, a cada ano surgem novos talentos. Eu acho que o Marquinhos é o presente e o futuro da defesa brasileira.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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