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Follmann celebra vida e admite estar pensando nos Jogos Paralímpicos

21 fev 2017 - 16h37
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Um dos seis sobreviventes da tragédia no voo da Chapecoense, o goleiro Follmann garantiu, em entrevista à Agência Efe que está vivendo fase de celebração da vida e confirmou que pensar na possibilidade de se tornar atleta paralímpico no futuro.

"Serei sempre um desportista. Sempre vou ser goleiro da Chapecoense, mas penso nos Jogos Paralímpicos, embora, um pouco mais para o futuro", disse o antigo camisa 12 do Verdão do Oeste, que teve parte da perna direita amputada.

Follmann, de 24 anos, ainda segue se recuperando das sequelas deixadas pela queda do avião da LaMia, nos arredores de Medellín, onde a Chape iniciaria a decisão da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional. Ao todo, 71 pessoas morreram.

O goleiro tem lesão no pé esquerdo, em que recebeu um enxerto e, há três semanas, testou uma prótese na perna direita. Segundo o gaúcho de Santa Rosa, a evoulção "está sendo muito rápida".

"Penso positivo. Meu corpo está tendo uma resposta boa", avaliou Follmann, que antes do clube catarinense, também passou por Juventude, Grêmio, Linense, da São Paulo, e URT, de Minas Gerais.

Quase três meses após a tragédia, o jogador garante que agradece a Deus todos os dias pela oportunidade de seguir vivo, e que reza pelos "irmãos", como chama os companheiros de equipe que morreram na Colômbia.

Follmann sobreviveu, assim como o lateral-esquerdo Alan Ruschel e o zagueiro Neto. O último já voltou a treinar com o elenco da Chapecoense.

"É um milagre de Deus. Ele nos pegou em seus braços e nos deu uma segunda chance", disse o jovem.

No mês passado, o goleiro ergueu na Arena Condá o troféu da Copa Sul-Americana, conquistado depois que o Atlético Nacional abriu mão de disputar a final, dias depois após a queda da aeronave que levava a delegação do clube brasileiro.

"Era o sonho de todo mundo", contou Follmann, sobre a participação da Chape na competição continental, em que eliminou Cuiabá, Independiente, da Argentina, Junior Barranquilla, da Colômbia, e San Lorenzo, também da Argentina.

O camisa 24 da equipe catarinense contou que a escuridão dentro do avião da LaMia, no momento da queda, o impediu de ver os companheiros mortos, e que prefere as lembranças felizes do elenco, como o grito de guerra que entoavam nos vestiários.

"Às vezes, me vem na cabeça essa imagem, de todo mundo cantando 'Vamo, vamo Chape'", contou Follmann, com um leve sorriso no rosto.

Sobre a queda da aeronave na Colômbia, o gaúcho garantiu que não guarda rancor e que apenas prefere celebrar a possibilidade de ter sobrevivido.

"Foi uma tragédia. Eu não tenho raiva de ninguém. Só agradeço a Deus pela vida", afirmou.

Nas sessões de reabilitação em São Paulo, o goleiro está sempre acompanhado pela namorada e pelo empresário. Aos poucos, Follmann ganha confiança e recebe muitos elogios do médico José André Carvalho.

"Conseguiu começar a caminhar em duas semanas, quando o normal são cerca de quatro", disse o especialista.

EFE   
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