Na CBF, 'Capita' pregou respeitou aos técnicos de futebol
Em sua última reunião na sede da CBF, na segunda-feira passada (17), Carlos Alberto Torres fez uma discurso firme a favor dos técnicos de futebol. Disse que muito se trabalhava pelos atletas e árbitros, o que considerava necessário e justo, mas que não se via nenhum movimento mais consistente em defesa dos que comandam os times de futebol no País.
"Para os técnicos, sobra uma migalha nessas discussões que englobam tudo do futebol. Eles precisam de mais atenção e respeito", declarou Torres naquela oportunidade, segundo relato feito ao Terra por um dos diretores da CBF, Vicente Cândido, presente no sepultamento do tricampeão mundial de 1970, na manhã desta quarta (26), no cemitério de Irajá, zona norte do Rio de Janeiro.
Por causa da intervenção de Carlos Alberto Torres, o comitê de reformas da CBF, do qual ele fazia parte, decidiu naquele mesmo dia criar uma comissão especial para tratar do tema. O ex-jogador seria então um dos responsáveis pela elaboração de propostas que pudessem conectar a CBF aos interesses dos técnicos de futebol. Dividiria a tarefa com o ex-zagueiro Edmilson, campeão do mundo em 2002.
"Ele saiu daquela reunião animado com a missão, contou Cândido ao Terra.
Preparador físico do time de 1970 e depois campeão mundial como técnico, em 1994, Carlos Alberto Parreira também se despediu do capitão do tri nesta manhã, em Irajá. Integrante do comitê de reformas da CBF, ele disse que a preocupação de Carlos Alberto Torres com os técnicos exemplificava o caráter do ex-jogador. "Ele queria o bem de todos e dava provas disso a todo instante. Essa era a sua essência."
Torres morreu na terça (25), no Rio, de enfarte fulminante. Ele tinha 72 anos.