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Futebol Internacional

Neto deixa recado marcante e Mancini aprova postura da Chape

5 abr 2017 - 00h33
(atualizado às 00h36)
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O dia 29 de novembro de 2016 vai ficar marcado para sempre como a maior tragédia do esporte mundial. O avião que levava a Chapecoense à Medellín deixou 71 mortos e impediu um confronto pela final da Copa Sul-Americana daquele ano. Mas, nessa terça-feira, os catarinenses, enfim, enfrentaram o Atlético Nacional, que de adversário se tornou um grande irmão no momento mais dolorido da história do clube brasileiro. Antes da bola rolar na Arena Condá pela partida de ida da final da Recopa Sul-Americana, os quatro passageiros que sobrevivem ao acidente, além de dois tripulantes, foram ao gramado e deram suas palavras. O zagueiro Neto foi quem mais emocionou o público.

"Queria agradecer a todos. Dizer para vocês que aqui estão todos os torcedores. Minha convicção está certa. Não esperem um avião cair para dizer "eu te amo", para pedir perdão, para dar um abraço, para dar um beijo. Você tem a oportunidade todos os dias de fazer diferente, de fazer o amor. O amor de Deus faz diferença", disse o defensor, que ainda luta para voltar aos gramados.

"Difícil falar num momento como esse. Mas estamos aqui para agradecer a todos que estão aqui, todos que oraram por nós, quem mandou energia positiva, porque com certeza elas chegaram. As orações de você fizeram a gente estar aqui hoje. Poder estar numa final. Poder estar honrando. Podem ter certeza que pelo resto da minha vida vou honrar quem não mora mais com a gente, mas que está num lugar muito melhor. Obrigado ao Brasil e à Colômbia", afirmou Alan Ruschel, o mais perto de recuperar sua rotina normal até agora.

"A gente está aqui hoje para poder agradecer um pouquinho o que todos vocês fizeram por nós. Obrigado pelas rezas, pelos pensamentos positivos. Hoje é um dia que precisamos celebrar a vida e o futebol. Queria que todos dessem uma salva de palmas aos irmãos que se foram. Porque sem eles, a gente não estaria aqui hoje disputando uma final inédita de Recopa. Tudo que acontece hoje é graças a eles", lembrou Jakson Follmann, que perdeu uma perna no acidente.

"É uma noite de muita alegria, solidariedade. Tenho certeza que os colombianos que foram tão sinceros nas suas demonstrações de carinho estão muito felizes com vocês. Estou aqui para representar os 21 jornalistas que se foram naquele acidente. Toda vez que eu tenho a possibilidade de abrir o microfone da rádio do meu trabalho, eu tenho o desejo que eles pudessem estar conosco, que pudessem estar naquele 30 de novembro transmitindo o jogo da Chapecoense. Quero que nossos amigos entendam que chegou o grande dia de Chapecoense e Atlético Nacional. Todo meu carinho para todos que estão aqui, na televisão nos assistindo e na Colômbia", completou o jornalista Rafael Henzel.

Com a bola rolando, a Chapecoense venceu por 2 a 1 e abriu vantagem sobre o Atlético Nacional. Reinaldo abriu o placar em cobrança de pênalti, Macnelly Torres empatou no segundo tempo, mas Luiz Otávio decretou a vitória dos donos da casa. Dia 10 de maio, o estádio Atanasio Girardot receberá o confronto decisivo. A Chape jogará pelo empate para ficar com o título no local que marcou uma das maiores homenagens já feitas no âmbito esportivo.

"A dificuldade que encontramos em campo era esperada, porque enfrentamos o último campeão da Libertadores. É difícil jogar contra uma equipe que está armada há mais tempo. Falei que era importante saber aproveitar os momentos que teríamos e com nossa força e velocidade tentar surpreender. Foram jogadas que sabíamos que íamos ter um espaço se marcássemos mais à frente. O erro da Chape foi em determinado momento marcar no centro do campo e dar saída de bola para um time que sabe ter posse. Quando acertamos a marcação, conseguimos segurar", avaliou Vagner Mancini, técnico que assumiu o posto do falecido Caio Júnior e que teve de trabalhar para reconstruir uma equipe que contratou nada menos do que 24 atletas nesta transição.

"Estamos felizes por vencer um adversário forte da América, mas tem mais 90 minutos e lá vai ser muito mais difícil que aqui. Eu não posso falar em nada da disposição dos atletas, porque eles lutaram muito, o Luiz Otávio entrou no segundo tempo jogando em alto nível. Diante de tudo que foi visto, tenho certeza em falar que a Chape vai para Medellín fazer um jogo duro contra o Atlético, assim como foi hoje", avisou Mancini.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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