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Portugal alcança redenção na casa da França e conquista Euro pela 1ª vez

10 jul 2016 - 18h41
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Portugal, que 12 anos atrás se viu vítima de uma zebra em final da Eurocopa disputada em Lisboa, deu a volta por cima neste domingo, e mesmo tendo Cristiano Ronaldo só por 25 minutos, bateu a anfitriã e favorita França por 1 a 0, na prorrogação, conquistando o primeiro título de expressão de sua história.

No Stade de France, em Saint-Denis, o camisa 7 mais badalado da atualidade só pôde ser líder, na maior parte, fora de campo, pois sentiu lesão no joelho esquerdo após duas pancadas de Dimitri Payet. Assim, coube ao atacante Éder, que saiu do banco de reservas ao 34 minutos do segundo tempo, marcar o gol do título aos 4 da etpa final da prorrogação.

Ao lado do atacante nascido na Guiné-Bissau, que balançou as redes, o goleiro Rui Patrício foi outra peça fundamental da conquista dos portugueses, parando o ataque francês, mais positivo da competição, com 13 gols, que contou com Antoine Griezmann, artilheiro com seis gols.

Curiosamente, os lusos chegaram ao título tendo vencido apenas um jogo no tempo normal, nas semifinais contra o País de Gales. Na fase eliminatória, a seleção precisou disputar prorrogação três vezes, uma delas, nas quartas, contra a Polônia, tendo que ir para as cobranças de pênalti.

Na segunda final continental na história de Portugal, Cristiano Ronaldo, Éder, Rui Patrício e companhia conseguiram redenção após a traumática derrota sofrida na final de 2004, diante da surpreendente Grécia por 1 a 0, em pleno Estádio da Luz, em Lisboa.

A França, por sua vez, desperdiçou oportunidade de conquistar o terceiro título da Eurocopa, se igualando a Alemanha e Espanha, maiores campeões do continente. Além disso, os 'Bleus' tiveram quebrada invencibilidade de 23 partidas em casa, pela competição continental, Copa do Mundo e Copa das Confederações.

Antes de a bola rolar hoje, a presença do zagueiro Pepe na seleção portuguesa foi a grande novidade das escalações da final da Eurocopa, após dias de luta do atleta contra dores musculares em uma das coxas. Além disso, William Carvalho voltou a equipe comandada por Fernando Santos, após cumprir suspensão.

Na França, o técnico Didier Deschamps, como era esperado, colocou em campo o mesmo 11 que superou os campeões mundiais, com o zagueiro Samuel Umtiti e do meia Moussa Sissoko sendo mantidos entre os titulares, nas vagas que eram antes de Adil Rami e N'Golo Kanté, respectivamente.

Os minutos iniciais do duelo foram de anfitriões mais abusados, tentando encurralar o adversário, que só sempre tentava encontrar Cristiano Ronaldo para realizar ações ofensivas. Aos 10 minutos, após cruzamento da esquerda, Griezmann teve primeira chance, em cabeçada que parou na defesa de Rui Patrício.

Ainda com 15 da etapa inicial, os lusos viveram momento de apreensão, quando o camisa 7 caiu com dores no joelho esquerdo, em decorrência de dois choques com Payet nos instantes iniciais, e não conteve as lágrimas, precisando ser consolado por companheiros. Tudo indicava que o craque seria substituído, mas ele foi atendido, colocou proteção no local e voltou para campo.

Depois do primeiro pique, no entanto, Cristiano sinalizou para o banco de reservas que era impossível continuar em campo. Depois de 600 minutos em campo na competição - além dos pênaltis -, sem ter saído um instante sequer, o atacante deixou o campo inconsolável para dar lugar a Ricardo Quaresma, mas também ovacionado pelo público.

Antes da saída de CR7, aos 22, Sissoko já havia dado susto nos portugueses, quando arrancou da intermediária e soltou a bomba, obrigando Rui Patrício a desviar e jogar para escanteio. Onze minutos depois, os dois repetiram o duelo, quando o meia deu belo drible em Adrien Silva e soltou a bomba, parando em defesa do goleiro.

Na reta final do primeiro tempo, os lusos até tentaram se impor mais, só que encontravam muita dificuldade em criar ações ofensivas. Enquanto isso, os franceses seguiam ditando o ritmo da partida, se mantendo mais tempo com a bola nos pés, embora ameaçando pouco.

Na etapa complementar, as faltas duras tiveram mais espaços que as boas jogadas, apesar do árbitro inglês Mark Clattenburg ter sido econômico nos cartões amarelos. Aos 8, no primeiro lance de perigo, Pogba pegou sobra de bola na intermediária e bateu alto, muito por cima do gol.

Pouco depois, aos 12, já com Coman em campo, após entrada no lugar de Payet, a França voltou a chegar. O meia-atacante do Bayern de Munique acionou Griezmann, que disparou pela esquerda e bateu cruzado, para defesa tranquila de Rui Patrício.

O grito de gol ficou entalado na garganta do torcedor anfitrião aos 20 minutos, quando Griezmann foi acionado na área por Coman, ganhou no alto da zaga adversária, e resvalou de cabeça, em finalização que tirou tinta do travessão português.

Vindo do banco de reservas, Coman seguiu sendo a arma mais perigoso da França, contra uma recuada seleção lusa. Aos 30, o meia-atacante enfiou bola para Giroud, que dominou no lado esquerdo do ataque e soltou uma bomba, parando em defesa de Rui Patrício.

Apagados até então, Nani e Quaresma ficaram muito perto de marcar na mesma jogada, aos 34. Primeiro, o novo reforço do Valencia tentou cruzar, mas quase surpreendeu Lloris, que voou para espalmar. No rebote, o veterano emendou belo voleio, defendido por segurança pelo goleiro francês.

Na reta final, para tentar evitar a prorrogação, os donos da casa foram para cima. Aos 46, Gignac - que havia entrado no lugar de Giroud um pouco antes - fez um carnaval na área, com direito a drible desconcertante em Pepe e bateu cruzado, acertando a trave direita dos lusos.

Na prorrogação, logo aos 5 minutos, os donos a casa levaram susto, quando Moutinho cobrou falta na medida, Pepe se esticou todo e testou bem, em bola que saiu muito perto do gol francês. O lance, no entanto, foi invalidado por causa de posição irregular do defensor.

Aos 14, de novo pelo alto os portugueses tiraram o ar. Ricardo Quaresma cobrou escanteio da direta, Éder - que entrou na vaga de Renato Sanches ainda no fim do tempo normal - testou com força, obrigando Lloris a mostrar muito reflexo para evitar o gol.

No segundo tempo, após erro do árbitro Mark Clattenburg, que marcou mão do zagueiro Koscielny, aos 2 minutos, Guerreiro cobrou falta com muita categoria e acertou a trave francesa.

Cheia de coragem, a seleção portuguesa partiu com tudo para cima. Aos 4, após boa trama pelo lado esquerdo do ataque, Éder recebeu na intermediária, arrancou para o meio e chutou forte, no canto direito de Lloris, abrindo o placar.

Os 11 minutos finais da decisão ficaram marcados pela garra dos lusos. Com Fernando Santos e Cristiano Ronaldo na beira do gramado, quase que dividindo a função de técnico, os jogadores de Portugal lutaram contra o desgaste físico e se seguraram diante das investidas francesas, garantindo a vitória e o título.

Ficha técnica:.

Portugal: Rui Patrício; Cédric, Fonte, Pepe, Guerreiro; William Carvalho, João Mário, Adrien (Moutinho) e Renato Sanches (Éder); Nani e Cristiano Ronaldo (Quaresma). Técnico: Fernando Santos.

França: Lloris; Sagna, Koscielny, Umtiti e Evra; Matuidi, Pogba; Sissoko (Martial), Griezmann, Payet (Coman); Giroud (Gignac). Técnico: Didier Deschamps.

Árbitro: Mark Clattenburg (Inglaterra), auxiliado pelos compatriotas Simon Beck e Jake Collin.

Gol: Éder (Portugal).

Cartões amarelos: Cédric, João Mário, Guerreiro, William Carvalho, Fonte e Rui Patrício (Portugal); Umtiti, Matuidi, Koscielny e Pogba (França).

Estádio: Stade de France, em Saint-Denis (França).

EFE   
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