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Presidente há 41 anos em Roraima aceita fim de reeleições

12 jun 2015 - 12h04
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Em crise após a prisão do ex-presidente José Maria Marin na Suíça, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu na quinta-feira limitar o tempo de mandato para o mandatário da entidade que, a partir de agora, só vai ter direito a uma reeleição. A medida, informalmente, é extensiva às federações estaduais de futebol - recomendadas pela confederação a seguir o exemplo.

Para o presidente da federação de Roraima, Zeca Xaud, há 41 anos no mesmo cargo, não há o que contestar. Nesta entrevista ao Terra, ele fala sobre “os novos tempos do futebol” e lamenta que não vai conseguir completar 50 anos como chefe de sua entidade.

Assembleia na CBF determinou limite às reeleições à presidência da entidade
Assembleia na CBF determinou limite às reeleições à presidência da entidade
Foto: CBF / Divulgação

Confira a seguir a entrevista com Zeca Xaud:

Terra - Sua federação vai seguir a CBF e limitar também o mandato do presidente?

Xaud -

Queremos isso, que o futebol se modernize, com clubes mais fortes. É uma mudança para melhor, para o sucesso do futebol brasileiro.

Terra - Pensou alguma vez em completar 50 anos no cargo?

Xaud -

Eu já entrei pro livro dos recordes. Já sou um recordista entre presidentes de federações. Seria uma marca histórica, né? Mas temos que ver o que é melhor para o futebol.

Del Nero sugere alternância de poder no comando da CBF:

Terra - Como se sente em seu 12º mandato consecutivo?

Xaud -

Olha, o que cansa mais é ter de vir de Roraima para as reuniões da CBF, no Rio. São seis horas de viagem. É bom você escrever que sempre fui eleito pelo voto democrático, nunca comprei voto, nunca sujei as mãos. 

Terra - Seus colegas de outras federações falam sobre sua longevidade no cargo?

Xaud -  

Eles não podem falar nada. Tenho uma vida dedicada ao futebol. Não estou no cargo porque quero. Sempre recebo pedidos para ficar.

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Terra - Qual foi a sua grande realização em quatro décadas como dirigente?

Xaud -  

Estamos lutando, né, irmão? Futebol profissional é dinheiro. Somos uma federação pequena, num Estado que profissionalizou o futebol em 1995.

Terra - Mas qual o grande legado que sua administração vai deixar?

Xaud -

Comecei meu novo mandato agora, em abril. Em 2019, ainda vou ter direito a uma reeleição. Não parei para fazer o balanço. Mas posso adiantar que os clubes de Roraima já têm feito bonito em jogos contra equipes do Nordeste. 

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Terra - A mesada (de R$ 15 mil) paga pela CBF ao senhor (os dirigentes das demais federações também recebem) e o aporte de R$ 50 mil mensais à federação, também enviado pela CBF, são fundamentais para o futebol de Roraima?

Xaud -  

Meu amigo, quando você trabalha honestamente, tudo é bem vindo. Essa ajuda chega em boa hora, e foi o Ricardo Teixeira (ex-presidente) que começou com isso.

Terra - Qual o futuro do futebol de Roraima?

Xaud -

Estamos melhorando. Venha aqui, vamos comer uma peixada. Você escolhe. Tucunaré, pirarucu, tambaqui. Pode ser também uma moqueca de pescada amarela. É só descer do avião, já estaremos esperando. Não vai ter despesa com transporte, com hospedagem, com nada. Aí vamos aos clubes, conhecer a nossa realidade. Hoje, o futebol de Roraima está crescendo, passo a passo.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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