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Olimpíada 2016

Aos 36 anos, americano estreia em Jogos no Rio e mira ouro no volêi de praia

4 ago 2016 - 13h49
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Inspirado pelo irmão mais velho a iniciar no esporte, o jogador de vôlei de praia Nick Lucena desembarca no Rio de Janeiro para, aos 36 anos, disputar sua primeira edição dos Jogos, onde fará dupla com o campeão olimpico e mundial Phil Dalhausser.

"Ele (irmão) jogava vôlei de praia, e eu só queria imitá-lo. Tudo isso aconteceu quase por acidente. Eu não fui uma dessas crianças que sonhava com o ouro olímpico", comentou à Agência Efe o americano de origem cubana.

No entanto, as decisões que tomou na vida, uma após outra, o conduziram às areias da praia de Copacabana, onde será disputada a modalidade nos Jogos desse ano.

"É um privilégio incrível, ainda mais ao lado de um campeão como Phil Dalhausser", disse Lucena em relação ao companheiro, com quem fez dupla ainda no início da carreira, no ano 2000.

Separados desde 2005, os atletas retomaram a parceria na areia em 2015 visando conseguir uma vaga na competição do Rio, onde chegam como um dos favoritos ao ouro.

"Nossa principal concorrência é o Brasil. São atletas incríveis e estão em casa", afirmou o americano ao se referir às duplas Alison Cerutti e Bruno Schmidt e Evandro e Pedro Solberg.

Para superar os adversários, o atleta contará com a torcida da esposa, a também campeã de vôlei de praia Brooke Niles, o filho Gunnar, de 3 anos, seus pais Moisés e Noraida, e seus irmãos, que estarão no Rio neste mês.

"Tudo o que consegui é por causa deles", ressaltou.

Oriundo de uma família de imigrantes cubanos, Lucena cresceu no estado da Flórida, entre Hialeah, na região de Miami, e Copper City, ao sul de Fort Lauderdale.

"Não falo bem espanhol, mas é impossível ser mais latino do que sou. Nossa cultura é parte do meu DNA, da minha identidade, da minha pele", afirmou.

"Sei que haverá crianças latinas nos vendo. Sou parte de sua história e farei todo o possível para representá-los o melhor possível", disse.

O caminho improvável de Lucena ao Rio de Janeiro começou nas praias de Fort Lauderdale, 40 minutos ao norte de Miami, Flórida.

"Quando era pequeno tudo que estava ao meu redor era futebol, mas meu irmão mais velho em sua adolescência tomou gosto pelo vôlei", lembrou.

O irmão não seguiu carreira, mas Lucena começou a brilhar.

"Me convidaram para participar de torneios nos fins de semana e sem me dar conta terminei jogando vôlei de praia no circuito amador e depois na universidade. Primeiro era um passatempo, depois uma forma de ganhar um pouco de dinheiro sem trabalhar demais", contou, admitindo que estava enganado sobre a exigência física que o esporte demanda.

"Muita gente brinca e diz que não é um esporte, mas o que não sabem é que treinamos seis dias por semana", argumentou.

Como todo atleta, ele garante ter um dieta estrita e uma rotina de exercícios fora da arena.

"O mais difícil para um jogador de vôlei de praia é se movimentar bem na areia", afirmou, reconhecendo que esta superfície lhe permite ter longevidade na carreira.

"É suave para as articulações, por isso posso estrear nas Olimpíadas aos 36 anos, quando a maioria se aposenta antes de chegar aos 30. Sou um velho comparado com o resto", explicou.

A idade é vista ainda como uma das chaves para o sucesso. Os brasileiros e os americanos têm os jogadores mais velhos.

"Nosso corpo está em excelente forma e temos mais experiência. Por isso somos os favoritos", disse.

Lucena sabe que entrar na arena olímpica vai ser um momento que marcará sua vida. Ele diz que normalmente não fica nervoso, mas que desta vez pode ser diferente. No entanto, ele não tem planos de mudar sua rotina.

"Gosto de ficar sozinho. Rezar um pouco e focar no presente. Quando entro na arena, faço com a cabeça baixa e sem olhar para os lados. Não é porque não me importo com os que estão ali ou assistindo de casas, mas pelo fato de me importar tanto, que isso melhor que posso fazer para não sentir nervosismo", ressaltou.

EFE   
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