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Olimpíada 2016

Candidatura para 2024 pode ser última tentativa de Paris para sediar os Jogos

23 jan 2017 - 21h46
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"Se Paris não conseguir sediar os Jogos Olímpicos de 2024, terá sido a última tentativa", afirmou o copresidente da candidatura parisiense, Tony Estanguet, em entrevista à Agência Efe, na qual também considerou que a capital francesa está "mais preparada que nunca" para ganhar.

"Esta á a sexta vez que Paris se candidata aos Jogos. Se não ganharmos, não haverá mais candidaturas. Acho que é a última tentativa", disse Estanguet, ex-campeão olímpico de canoagem.

O ex-atleta, integrante do Comitê Olímpico Internacional (COI), acredita que Paris tem mais chances de ganhar agora porque "aprendeu com os erros do passado", principalmente de 2008 e 2012, quando concorria como favorita e foi superada por Pequim e Londres, respectivamente.

Estanguet se sente à frente de uma candidatura "essencialmente apoiada em atletas, não em políticos", e que "vai na linha do que o COI pediu, um projeto razoável, sem despesas desmensuradas e pensando muito nos atletas".

Assim como na época da canoagem, Estanguet não acredita nas previsões, reconhece que a concorrência com Budapeste, e sobretudo com Los Angeles, "está aberta", mas avisa que "a vitória será decidida na reta final".

Segundo o dirigente, não significa muito que as casas de apostas considerem Paris como favorita, da mesma forma que as pesquisas feitas por revistas especializadas.

"Isso não serve para nada. É preciso trabalhar com a mesma intensidade até o final, sem cometer erros", comentou.

A próxima etapa da escolha será realizada no dia 3 de fevereiro, quando as três candidatas apresentarão em Lausanne o projeto definitivo.

Sem fazer referência às cidades rivais, Estanguet defende os Jogos em Paris e garante que são "muito inspirados nos de Barcelona (1992)", os primeiros que viveu como espectador.

"(Em Barcelona) foi provado que os Jogos podem transformar uma cidade e nós queremos fazer o mesmo, que o centro de Paris seja um parque olímpico, que as pessoas possam ir a pé do Grand Palais aos Palácio dos Inválidos e à Torre Eiffel, e a Roland Garros", detalhou.

Estanguet também quer reviver o ambiente de festa popular que ocorreu em Barcelona, embora reconheça que também há inspiração em outras edições, como os Jogos de Sydney e Atenas, onde conquistou seus dois primeiros ouros olímpicos, e os de Londres, onde faturou o último, todos na categoria C-1.

Ao contrário de Los Angeles, onde o peso financeiro da candidatura recai no capital privado, Paris combinou dinheiro público com o apoio de 13 grandes empresas, o que para o ex-atleta permite lidar com aspectos como a herança das instalações, o meio ambiente e a acessibilidade para deficientes físicos.

Além disso, com 85% das instalações construídas, a candidatura olímpica não necessitará mais que US$ 1,5 milhão de dinheiro público para construir a vila dos atletas e o parque aquático para a natação.

A vila será transformada em apartamentos após os Jogos e o parque aquático ficará para os franceses, o que mostra que os Jogos em Paris não significarão um elevado custo financeiro. Isso contribuiu para que 77% dos franceses apoiem a candidatura, inclusive os principais partidos políticos.

Estanguet também mencionou um assunto sensível, a possível vitória da ultradireitista Marine le Pen nas eleições presidenciais a partir de abril.

"Não temo a vitória de Marine le Pen. Tivemos contatos com todos os candidatos. Com ela, não, mas não é um assunto que me preocupe. Acredito que temos os franceses por trás e os políticos não irão contra os cidadãos", contou.

O dirigente sabe que Paris abriga a maior parte das esperanças da Europa para receber os Jogos Olímpicos, que seriam os primeiros no Velho Continente em 12 anos.

Por isso, espera que os integrantes europeus do COI, que são a maioria, pensem a favor da "dimensão internacional" que os Jogos de Paris teriam para todo o continente e não façam cálculos de outro tipo, como as chances de outras cidades caso a capital francesa fracasse.

"Quando atuamos divididos, perdemos. Em 2028, podem surgir outras opções fortes na Ásia, na África, na Oceania. Se trabalharmos juntos, teremos mais Jogos na Europa", considerou.

EFE   
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