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Olimpíada 2016

Casal delator ataca COI e crê em doping no Rio 2016

30 jul 2016 - 13h00
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Responsáveis por denunciar o esquema sistêmico de doping no esporte da Rússia, Yulia e Vitaly Stepanov fizeram duras críticas ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Para o casal delator, a entidade coloca questões financeiras à frente dos valores olímpicos e não afastou das Olimpíadas do Rio 2016 atletas que utilizam substâncias proibidas.

Yulia Stepanova é atleta dos 800m rasos e poderia estar nos Jogos do Brasil se o atletismo russo não tivesse sido banido pela federação internacional da modalidade, IAAF. Flagrada em um exame antidoping em 2013, ela foi impedida pelo COI de competir no Rio sob bandeira neutra por ter falhado no exame. Já Vitaly Stepanov era funcionário da Agência de Controle de Doping da Rússia.

"Eles não querem a verdade. Querem mostrar ao mundo que tudo está bem. Eles preferem esconder qualquer coisa negativa. Problemas significam perda de dinheiro. O COI não está sendo administrado a partir de valores olímpicos. O dinheiro está prevalecendo", disse Vitaly em entrevista ao Estadão.

As denúncias de Yulia e Vitaly Stepanov fizeram a Agência Mundial Antidoping (Wada) abrir investigações sobre o esquema de doping russo. Os trabalhos resultaram no relatório McLaren, que recomendou ao COI banir todo o esporte russo dos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

A entidade internacional reuniu-se para avaliar a possibilidade, mas repassou a decisão de permitir ou não a participação de russos no Brasil às federações internacionais da modalidade. Segundo a Rússia, que atacou as recomendações da Wada, 272 atletas já foram liberados para competir.

Yulia e Vitaly Stepanov fugiram da Rússia depois de delatar o esquema, alegaram receber ameaças e pediram proteção a governos estrangeiros. Vivem na América do Norte, sem divulgar a localização exata.

"Os atletas ainda fazem parte do sistema de doping. Sempre foi o caso dos Jogos Olímpicos. Nunca houve Olimpíadas limpas e não há motivo para pensar que o Rio será limpo. Infelizmente, atletas dopados estarão competindo", afirmou o russo.

Na última semana, o COI anunciou que 45 atletas participantes dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012 foram flagrados com substâncias proibidas em seus organismos em reanálise das amostras fornecidas nas Olimpíadas anteriores. Foi a segunda leva de novos testes conduzida pela entidade.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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