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Olimpíada 2016

É possível classificar a Vila Olímpica do Rio como a pior da história?

25 jul 2016 - 18h27
(atualizado em 26/7/2016 às 12h38)
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Enquanto funcionários trabalham em regime de força-tarefa para resolver obras inacabadas na Vila Olímpica, os problemas verificados na abertura das acomodações da Rio-2016 ainda repercutem pelo mundo.

Diversas delegações relataram problemas de acabamento e limpeza no complexo de apartamentos próximo ao Parque Olímpico da Barra, no Rio
Diversas delegações relataram problemas de acabamento e limpeza no complexo de apartamentos próximo ao Parque Olímpico da Barra, no Rio
Foto: EPA

Delegações relataram problemas de acabamento e limpeza no complexo de apartamentos próximo ao Parque Olímpico da Barra, aberto aos competidores neste domingo.

No caso mais grave, a Austrália informou que não iria ocupar o alojamento enquanto problemas como banheiros entupidos, vazamentos e fiações expostas não fossem resolvidos.

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Às vésperas dos jogos em Déli, jornalistas que visitaram acomodação para atletas registraram diversos problemas
Às vésperas dos jogos em Déli, jornalistas que visitaram acomodação para atletas registraram diversos problemas
Foto: Divulgação

O anúncio gerou uma troca de farpas com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que ironizou as queixas australianas ao dizer que providenciaria um canguru para a delegação se sentir em casa. "Não precisamos de cangurus, precisamos de encanadores", rebateu um porta-voz da delegação.

Após a saia-justa olímpica, órgãos de imprensa revelaram que algumas delegações, como a de Brasil e EUA, bancaram serviços extras de funcionários temporários para finalizar as acomodações.

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O presidente do Comitê Organizador dos Jogos do Rio, Carlos Arthur Nuzman, minimizou a polêmica e disse que críticas e ajustes são "naturais".

"Outros organizadores de Jogos Olímpicos já tiveram situações semelhantes ou piores. Nossa missão é corrigir para ter jogos espetaculares", afirmou.

Pior vila da história?

Para Owen Gibson, correspondente-chefe de esportes do jornal britânico The Guardian, esse tipo de problema tende a ser amplificado pela imprensa, pois não há muito o que cobrir nos dias que antecedem a competição.

Foto de dois vasos sanitários em banheiro sem divisórias em vila olímpica do Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014
Foto de dois vasos sanitários em banheiro sem divisórias em vila olímpica do Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014
Foto: Divulgação

Ele lembra de casos aparentemente mais graves de problemas nas instalações dos atletas, como nos Jogos da Commonwealth (grupo das ex-colônias britânicas mais Reino Unido e Moçambique) em 2010, em Nova Déli, e nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014.

As críticas às acomodações durante o torneio na Rússia motivaram até o uso em redes sociais, por jornalistas e atletas, da hashtag #sochiproblems (problemas de Sochi).

"Problemas assim são comuns porque essas acomodações tendem a ser as últimas obras. A questão-chave é em quanto tempo são resolvidos", afirmou Gibson à BBC Brasil.

Mesmo em Londres-2012, Olimpíada que foi tida como um sucesso, o jornalista lembra como um problema pontual de abastecimento de água nos cafés da Vila dos Atletas e o episódio de um treinador que passou três horas preso no trânsito ganharam manchetes à época.

Jogos do Commonwealth (grupo das ex-colônias britânicas mais Reino Unido e Moçambique), que ocorreram em Nova Déli em 2010, enfrentaram diversos problemas na infraestrutura das instalações para atletas
Jogos do Commonwealth (grupo das ex-colônias britânicas mais Reino Unido e Moçambique), que ocorreram em Nova Déli em 2010, enfrentaram diversos problemas na infraestrutura das instalações para atletas
Foto: Divulgação

Veterano de seis Olimpíadas, o jornalista Edgard Alves, colunista da Folha de S.Paulo, diz não lembrar de uma crítica tão dura às acomodações como as feitas pela delegação australiana no Rio.

Ele lembra, contudo, que a delegação da Austrália já havia criado uma rusga com a Prefeitura do Rio no começo do ano, após a chefe da missão, Kitty Chiller, dizer que atletas do país estavam proibidos de visitar favelas.

Na ocasião, o prefeito Paes classificou o Comitê Olímpico Australiano como uma "fonte de agressões" contra a cidade.

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