PUBLICIDADE

"Eu acredito" - senha de uma derrota iminente na Olimpíada

18 ago 2016 - 18h08
(atualizado às 22h50)
Compartilhar
Exibir comentários
Jaqueline chora eliminação da Seleção de vôlei nas quartas
Jaqueline chora eliminação da Seleção de vôlei nas quartas
Foto: Getty Images

O incentivo pode vir com aplausos, o tradicional "Brasil! Brasil!", ou de tantas outras maneiras. Muitas vezes, ajuda e reforça o desempenho destacado do atleta ou da equipe. Mas, pelo menos na atual edição olímpica, quando a torcida entoa o "Eu Acredito", não tenha dúvida – a derrota está próxima.

Foi assim, por exemplo, nas duas últimas partidas do vôlei de praia feminino, em que o Brasil disputava medalhas. No final da noite de quarta (17), Larissa e Talita lutavam pelo bronze contra as americanas Walsh e Ross e chegaram a vencer o primeiro set. Houve depois a virada e o placar já apontava a vitória das adversárias, com uma diferença larga de pontos.

Uma voz solitária começou então com o "Eu Acredito" e logo "incendiou" a arena de Copacabana. Mas Walsh e Ross fizeram 13 a 9, já no último set, e, rapidamente 14 a 9, e mal o empurrão que vinha das cadeiras se desfez, lá estava o ponto decisivo estampado no telão.

Depois, nos primeiros minutos da madrugada desta quinta, a história se repetiu com a dupla Bárbara e Agatha. Na busca do ouro contra as alemãs Ludwig e Walkenhorst, as brasileiras mantiveram o jogo sob equilíbrio até o final do set inicial. Mas não resistiram à superioridade das europeias.

Bárbara e Ágatha, prata no vôlei de praia
Bárbara e Ágatha, prata no vôlei de praia
Foto: EFE

Ludwig e Walkenhorst abriram 5 a 1 no segundo set e lá veio o "Eu Acredito" protocolar, misturando aflição, tristeza e uma pontinha de desespero. Ecoava sem muita convicção. Prova disso é que no 6 a 1 já se via brasileiro de cabeça baixa, em silêncio e guardando a bandeirinha na bolsa.

Na noite de terça (16), a senha tinha sido a mesma na derrota do Brasil para a China, no vôlei de quadra feminino. O time de Sheilla, Fabiana e Fe Garay venceu o primeiro set e sofreu com a reação das atuais campeãs mundiais. A disputa ficou empatada (2 sets a 2) e foi para o tie-break.

Enquanto as chinesas impunham seu melhor jogo no momento final, o Maracanãzinho veio abaixo com o último suspiro de seu público em estado de agonia: "Eu Acredito". Naquele instante, Sheilla errou um saque, proporcionou o match-point para as adversárias e a credulidade da torcida desapareceu.

Larissa e Talita, derrotadas na disputa do bronze olímpico
Larissa e Talita, derrotadas na disputa do bronze olímpico
Foto: EFE

No handebol masculino e feminino, o "Eu Acredito" também entrou em quadra nas partidas que eliminaram os brasileiros.

Foi assim ainda com o time de Marta, superado pela Suécia nos pênaltis, na fase semifinal. Cristiane e Andressinha desperdiçaram as cobranças levaram os torcedores do Maracanã a apelar, em vão, para o último recurso.

Restam algumas chances de medalhas brasileiras até domingo e o torcedor que acompanha os Jogos de casa pode ficar certo que se ouvir o "Eu Acredito" musicalizado nas arenas, a melhor coisa a fazer é desligar a TV.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
Compartilhar
Publicidade
Publicidade