Implacável, natureza carioca assume protagonismo no evento
Desde o acidente na ciclovia Tim Maia, em abril, provocado por uma ressaca e a falha no projeto da obra da Avenida Niemeyer, no Rio, a natureza vem ocupando posição de protagonismo nos Jogos. Foi assim, por exemplo, quando nova agitação das ondas do mar destruíram a balsa de partida da prova de maratona aquática, em Copacabana, já na madrugada de sábado (12). Uma plataforma reserva já substituiu a balsa.
Dias antes, marolas formadas por causa de outra ressaca danificaram a rampa de acesso de barcos na Marina da Glória - uma estrutura temporária montada para as competições de remo. Isso obrigou a organização dos Jogos a correr no conserto, o que foi feito já com a olimpíada em andamento. Faltou ali também a informação sobre as consequências de uma mudança repentina de tempo para evitar o incidente.
Nada disso, no entanto, se compara ao prejuízo técnico de algumas partidas de tênis que tiveram de ser disputadas em quadras de treinamento para não comprometer a agenda da modalidade. A chuva no Rio obrigou o adiamento da rodada e levou Rafael Nadal a se exibir num local inapropriado para seu talento. Ele disse depois que aquela quadra foi a pior em que jogou em toda a sua carreira.
A natureza também deixou sua marca nas competições de golfe, localizado numa área de proteção ambiental. Ali, por causa da chuva, algumas disputas tiveram de ser adiadas. O remo foi outra modalidade afetada pela mudança de tempo e, por dois dias, chegou a suspender algumas provas por causa do vento.
Por pouco, a natureza escapou de ser coroada pela organização dos Jogos como a vilã do megaevento, pois queriam lhe atribuir a culpa pela água esverdeada das duas piscinas do Parque Aquático Maria Lenk, que servem para nado sincronizado, polo aquático e saltos ornamentais. Alegavam que a ação intensa do sol teria gerado algas responsáveis pela alterações. Depois, no entanto, concluíram que isso se deu em razão do despejo equivocado de um produto químico nas piscinas.