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Olimpíada 2016

Onda de calor no Japão traz desafios para organização dos Jogos de 2020

13 ago 2016 - 12h12
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As altas temperaturas registradas em Tóquio nos últimos dias, o mesmo período em que serão realizados os Jogos Olímpicos de 2020 na capital japonesa, voltaram a colocar o foco nos desafios da organização para fazer frente ao calor e à umidade na metrópole.

Uma onda de calor sacudiu o Japão na última semana e os termômetros chegaram a marcar 37,6 graus no centro da capital no dia 9 de agosto, data em que está marcada a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos daqui a quatro anos.

Nos dias mais quentes, a Agência Meteorológica do Japão (JMA, sigla em inglês) recomenda que as pessoas, além de manter uma hidratação adequada, devem evitar a prática de exercícios físicos sob o sol, algo paradoxal para certos esportes que farão parte da competição e que transforma o calor excessivo da capital japonesa em um perigo latente.

Com essas temperaturas, os Jogos de Tóquio correriam o risco de serem os mais quentes dos últimos 120 anos, após os de Paris em 1900, quando grande parte dos corredores da maratona teve que abandonar a prova pelo calor, de entre 35 e 39 graus, segundo dados da publicação especializada "Journal of Sports Sciences".

O Comitê Organizador de Tóquio 2020 "está plenamente consciente da necessidade de tomar medidas para diminuir o calor e proteger atletas e espectadores", disse em declarações à Agência Efe seu porta-voz, Hikariko Ono.

Os organizadores criaram um grupo de trabalho junto com o Executivo central e o da Região Metropolitana de Tóquio "para garantir um entorno ótimo no qual os atletas possam render ao máximo de seu potencial", explicou Ono.

Em particular, serão habilitadas zonas verdes perto dos espaços onde serão disputadas as competições, e serão instaladas coberturas e guarda-sóis nas arquibancadas, além de vaporizadores de água e fontes em diferentes pontos das sedes esportivas.

A organização também contempla "aplicar a tecnologia mais avançada em sistemas de refrigeração" tanto nas instalações cobertas como nas sedes ao ar livre, afirmou o porta-voz.

Além disso, algumas áreas de Tóquio começaram a receber pavimentação com um material capaz de diminuir a temperatura, diante do temor de que as altas temperaturas do verão japonês afetem as provas de maratona e outros eventos.

O arquiteto japonês Kengo Kuma, responsável pelo projeto do estádio olímpico de Tóquio - depois que o esboço original da falecida Zaha Hadid foi descartado por seu orçamento elevado - levou em conta essas circunstâncias em seu design.

A proposta de Kuma, um estádio com 60 mil lugares, se destaca pelo uso de madeira, que se aquece apenas em temperaturas muito altas, e por uma fachada formada por terraços escalonados com plantas e árvores que favoreceriam um ambiente mais fresco.

Os Jogos Olímpicos da capital japonesa acontecerão entre 24 de julho e 9 de agosto e os Paralímpicos entre finais de agosto e meados de setembro, quando a temperatura máxima média é de 30 graus e a umidade relativa do ar de 71% em Tóquio.

As autoridades japonesas começaram a medir em julho a temperatura e a umidade na área da baía de Tóquio, onde se concentrarão algumas das sedes da competição, assim como nos trajetos entre as estações de metrô e os locais onde serão disputados os Jogos.

As medições se prolongarão até setembro, mês no qual terminarão os Jogos Paralímpicos.

Esta iniciativa procura facilitar a prevenção de acidentes relacionados com o calor como os acontecidos na primeira semana de agosto, quando quase 400 pessoas foram levadas para hospitais na capital pelos efeitos das altas temperaturas. Em todo o país, as pessoas que buscaram atendimento médico por conta do calor superaram as 6.500.

As previsões climáticas da JMA advertem sobre a possibilidade de que se produza um aumento anual médio de um grau no período entre 2016 e 2035 devido ao aquecimento global, o que poderia levar os termômetros a disparar durante os Jogos, para além dos 40 graus.

Os últimos Jogos organizados pela capital japonesa em 1964 ocorreram em outubro, um mês no qual a temperatura máxima média se situou em 19,6 graus.

EFE   
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