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Olimpíada 2016

Putin critica que, em breve, vitórias serão de atletas com problemas crônicos

11 out 2016 - 16h49
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou nesta terça-feira que "em breve" todos os recordes e vitórias esportivas serão de, "digamos", atletas com problemas crônicos e que têm autorização para consumir substâncias proibidas.

"Soubemos que dezenas, centenas de atletas com grandes resultados usam remédios por prescrição médica que são proibidos para outros atletas", disse o líder russo durante um fórum dedicado ao esporte.

Putin propôs incluir essa classe de atletas em uma "categoria especial", onde sejam avaliados seus pontos, conquistas e segundos marcados de forma diferente dos atletas que não consomem esses remédios.

"É preciso fazer algo, pensar em algo. Sem dúvida, é preciso garantir os interesses dos atletas que necessitam tomar remédios por motivos de saúde. Mas então, pelo menos, é necessário que todo o mundo o saiba", disse.

O mandatário pediu aos funcionários das diferentes federações russas que abordem o assunto com o COI e a Agência Mundial Antidoping (Wada), entidade que autorizou o consumo desses remédios.

Putin lembrou o caso dos esquiadores noruegueses, os quais a imprensa russa acusa de consumir abertamente medicamentos contra a asma, que quase todos os membros da equipe escandinava sofriam casualmente.

"Muitos desses remédios são muito fortes, potentes, similares às drogas, e sem dúvidas os concedem vantagens evidentes nas competições esportivas", insistiu.

Nas últimas semanas, Putin denunciou várias vezes o consumo de substâncias proibidas por atletas "aparentemente saudáveis" de outros países nos Jogos Olímpicos de Rio com autorização da Agência Mundial Antidoping (Wada).

"Nós não apoiamos as ações dos 'hackers', mas graças a eles foi revelado que atletas que participaram dos Jogos Olímpicos e que aparentemente estavam saudáveis para todos tomaram substâncias proibidas", disse.

Putin, que fez essas afirmações ao receber à equipe paralímpica no Kremlin, acrescentou que essas substâncias deram a esses atletas "uma clara vantagem nas competições esportivas".

Recentemente, a Wada denunciou ter sido vítima de um ciberataque por parte do grupo de hackers autodenominado Fancy Bear, que identificou com um grupo de espionagem russo chamado Tsar Team (RPT28).

Fancy Bear acessou a informação de atletas, entre eles dados médicos confidenciais, tais como isenções por uso terapêutico de remédios autorizadas por federações internacionais e organizações nacionais antidoping.

O vazamento mencionou os nomes de várias campeãs olímpicas dos Estados Unidos, entre elas as irmãs tenistas Serena e Venus Williams e a ginasta Simone Biles, uma das grandes estrelas do Rio 2016 ao conquistar quatro ouros, além do tenista espanhol Rafael Nadal e do atleta britânico Mo Farah, bicampeão olímpico e mundial de 5 mil e 10 mil metros.

EFE   
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