Tiro com arco reserva surpresas a quem não conhece o esporte
A Olimpíada do Rio é uma oportunidade rara para se explorar esportes sem tradição ou nenhum apelo popular no Brasil. Isso serve não só para o público em geral, como também para jornalistas. Uma prova de tiro no arco, por exemplo, reserva surpresas para quem nunca teve contato com a modalidade. E a 'vítima' pode ser alguém com credencial no peito.
Ficar sozinho exposto ao sol de meio-dia numa área de acesso exclusivo da imprensa, para acompanhar prova classificatória de tiro com arco, foi meio estranho. Tem algo errado aqui. A resposta veio como um balde de água fria: não dá pra ver se a flecha atingiu o alvo. De que adianta ficar vendo os atletas em ação sem saber onde as flechas acertaram o alvo? Foi assim nesta semana, quando fazia muito calor no sambódromo, local da competição.
O mais inteligente, nessa situação, é se acomodar na sala de imprensa e acompanhar as provas pela TV. Mas, e os torcedores?
No tiro com arco, pouca gente ocupa parte das arquibancadas da passarela do samba. Eles ficam à distância, atentos às imagens de telão, e na área dos disparos ninguém os ouve. É um público bem específico e nada tira deles o prazer de conferir ponto a ponto quem se aproxima mais da nota máxima.
São, em geral, grupos pequenos, de parentes e amigos dos atletas. Há, evidentemente, quem seja apaixonado pelo esporte, mas isso é numericamente inexpressivo, pelo menos entre brasileiros. Aliás, é mais fácil encontrar uma agulha na areia da Praia de Copacabana do que algum jornalista do País que seja especializado em tiro com arco.
Pela modalidade, a jovem Ane Marcelle, 22 anos, conseguiu classificação inédita para o Brasil. Ela vai disputar nesta quinta (11) as oitavas de final. Já foram eliminados os brasileiros Marina Canetta, Daniel Xavier, Bernardo Oliveira, Sarah Nikitin e o vice-campeão mundial Marcus Vinicius D'Almeida.
