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Após fazer a 'maior venda do Brasil', Mattos vê Europa atenta ao Verdão

Para o diretor de futebol, venda de Gabriel Jesus talvez seja a mais cara entre clubes do país. Segundo ele, clube chegou a oferecer um plano de carreira para sua permanência

26 ago 2016 - 13h16
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Em julho, Alexandre Mattos foi à Europa para acertar uma parceria com o Barcelona pelo zagueiro Mina e conversar com clubes interessados nos jogadores do Palmeiras. Das ofertas que chegaram para Vitor Hugo (Fiorentina), Róger Guedes (Spartak Moscou) e Gabriel Jesus (Manchester City), apenas a do City foi aceita. A venda do atacante por quase R$ 120 milhões é vista pelo diretor de futebol como uma das maiores da história do futebol brasileiro e o resgate da atenção dos europeus sobre o Verdão.

Cuca, Paulo Nobre e Alexandre Mattos conversam durante treino do Palmeiras (Foto: Cesar Greco)
Cuca, Paulo Nobre e Alexandre Mattos conversam durante treino do Palmeiras (Foto: Cesar Greco)
Foto: Lance!

- Foram dois momentos (a ida para a Europa). Teve o Mina, que a gente teve uma situação difícil pelo interesse de outros times da Europa, o Palmeiras fez uma parceria com o Barcelona e foi lá concretizar isso. Foi bem-sucedido e abrimos outras possibilidades que estamos tratando ainda para o futuro. E no segundo momento segurar (jogadores). Me perguntaram se o Palmeiras ia contratar, e eu disse algumas vezes: a maior contratação do Palmeiras era segurar seu elenco. Tivemos esta dificuldade, mas os jogadores compraram a ideia do projeto de agora e de futuro - disse Mattos.

- O Palmeiras voltou a ter a atenção da Europa, isto é importante, como foi na venda da Gabriel. Importante também, não sei se foi dito, Palmeiras tentou fazer um plano de carreira para o Gabriel, mas respeitando a vontade, a gente entende. Quando a definição era da saída, do desejo dele depois desse ano, fizemos talvez a maior venda em reais do futebol brasileiro, do Palmeiras sem dúvida. A gente conseguiu fazer isso, vários jogadores estão assediados ainda, mas o Palmeiras está muito forte pela sua estrutura. O jogador hoje quer ficar e vamos manter para ganhar títulos - completou.

O plano de carreira citado por Mattos daria a Jesus a "tranquilidade financeira" para o atacante no Verdão. Mas seu desejo sempre foi jogar no City, especialmente depois da conversa que teve com Pep Guardiola. Sem chances de manter o camisa 33, o Palmeiras então fez a negociação que lhe renderá pouco mais de R$ 75 milhões. Todo o valor será depositado até o fim do ano, e o garoto se apresenta na Inglaterra em janeiro.

- Eu o chamei e falei que se ele ficasse íamos dar toda a tranquilidade financeira e oportunidade para o crescimento dele. Mas respeitando e aí não tem nada, o Gabriel quando decidiu sair a partir do ano que vem, falei que o Palmeiras ia também contribuir, foi bom para o Palmeiras e o Gabriel. A situação foi passada, ele viu com muito bons olhos, mas a gente respeita. Tem o momento - completou.

Com contrato até o fim do ano, Mattos ainda evita falar sobre o futuro, mas vê como necessária a sequência da gestão implementada por Paulo Nobre. Confira abaixo outros tópicos da entrevista do diretor de futebol na festa de aniversário do Palmeiras:

- Você fica para a próxima gestão?

Meu contrato é até o fim do ano, vim com o Paulo Nobre. Temos de esperar um pouco, o foco é no Fluminense, o que queremos realizar ainda, aí depois eleição, o que o Palmeiras vai querer para o futuro. Tomara e acredito que o caminho está desenhado. A continuidade na gestão é fundamental para o Palmeiras não passar as oscilações dos últimos dez anos. Tentamos resgatar o orgulho do palmeirense de ser e acho que estamos conseguindo, mesmo errando. No futebol você erra sempre, só tem de acertar mais do que errar, e é o que esta gestão tenta fazer.

- Qual o futuro do Palmeiras?

Falo muito para o presidente, é o legado que a gestão Paulo Nobre vai deixar para o Palmeiras. Títulos entram para a história, é o que o torcedor quer, mas para chegar neles a gente tem de trabalhar na gestão. Temos de falar da estruturação física e de pessoas. Palmeiras buscou os melhores profissionais de suas áreas, e o importante é o torcedor saber que o Palmeiras hoje pensa em excelência. A tendência é estar na parte de cima. É fundamental uma estrutura forte e uma estrutura em excelência. É o que buscamos e estamos conseguindo. Falei ao presidente: seu legado vai ser completo com a estruturação do Palmeiras. A história mostra, quem fez isso não saiu de cima. E o Palmeiras está próximo disso e vamos ter uma década, duas com o Palmeiras no topo.

- Momento do Palmeiras:

Chegando aos 102 anos resgatando muita coisa que passou no caminho, muita dificuldade que toda grande empresa passa. O Palmeiras está atravessando este período. A gente foca em contratação, mas não, no futebol é gestão completa. O Cícero me ajuda bastante, o Palmeiras tem crescido em estruturação, não só física, mas no material humano, gestão integrada com as categorias de base. A gente vê o sucesso de alguns jovens, como Jesus, passa por uma gestão bem feita, que a gente sabe que erra, mas a gente vai absorvendo e crescendo com isso. Falta muita coisa no futebol, temos uma experiência neste campeonato e tem suas armadilhas. O Palmeiras vai firme até o fim para quem sabe dar este título e o maior campeão nacional não pode ficar 22 anos sem conquistar. Vamos tentar coroar a gestão do Paulo Nobre, que a gente pode chamar de excepcional.

- O que será feito com o dinheiro do Gabriel Jesus?

A questão contratual é interna do clube, até pelas cláusulas que não permitem o que fazer. Se analisar friamente o Palmeiras desde o ano passado é para o futuro. O Palmeiras buscou jogadores para o futuro. Trouxemos o Róger Guedes e ele era para o futuro, apesar da crítica. Tem muitos jogadores assim que no futuro vão estar à disposição do treinador que vier, da diretoria que vier.

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