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'Camisa não garantirá o acesso à Portuguesa', diz Anderson

Ex-técnico da Lusa fala ao L! sobre dificuldades no comando rubro-verde, ressalta trabalho e diz acreditar que investimento é o caminho certo para recuperar o clube do Canindé

18 jun 2016 - 10h55
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Menos de três meses. Esse foi o tempo que Anderson Beraldo resistiu aos problemas que enfrenta a Portuguesa. Após a goleada sofrida para o Botafogo-SP, no último domingo, o treinador pediu demissão. No entanto, o placar de 5 a 0 foi o de menos. Decidido a deixar o clube antes mesmo do jogo começar, Anderson conta que a falta de perspectiva foi determinante para sua saída do time lusitano.


                        
                        
                    Anderson deixou o comando da Portuguesa após dois meses e meio (Foto: Dorival Rosa/Portuguesa)
Anderson deixou o comando da Portuguesa após dois meses e meio (Foto: Dorival Rosa/Portuguesa)
Foto: Lance!

- Foram vários fatores. Até o último dia o trabalho vinha sendo muito satisfatório, mesmo com os tantos problemas do clube. Eu consegui administrar bem e ter bons resultados, mas o problema financeiro é o que mais pesa. Não temos perspectivas para contratar jogadores. É difícil - disse o treinador, em entrevista ao LANCE!

Como consequência da situação financeira, o treinador lembra que o clube teve que se desfazer de 11 jogadores, interferindo no planejamento da equipe para a sequência da Série C.

- Tivemos que liberar jogadores que o clube não conseguia pagar. Foram muitos problemas. Depois, trouxemos outros atletas de custo zero e trabalhar desta forma é difícil. Tem muito jogador ponto de interrogação, não se sabe se vão conseguir resolver o problema - afirmou, complementando:

- Além disso, em um jogo eu contava com um jogador e no outro eu não sabia se ia ter o mesmo atleta para escalar. Isso foi dificultando muito meu trabalho, sem contar que chegamos a jogar com seis, sete jogadores com 20, 21 anos. São muito novos, não dá para colocar toda a responsabilidade nas costas deles - lamentou.

Chateado por ter que deixar o clube, Anderson diz que pegou todos de 'surpresa', mas que a decisão era necessária.

- Infelizmente, até o dia que eu estive no comando da Portuguesa, eu não tive esse suporte (de contratação), mas tinha que entender isso. Ou eu aceitava essa condição ou eu saia do clube. Eles (diretoria) também estão tentando, mas sem dinheiro é complicado trabalhar. Peguei todos de surpresa, ninguém queria que eu saísse, o trabalho era muito bem feito, mas a decisão estava tomada. Não foi depois do jogo, foi durante a semana, já não estava legal - revelou.

Perguntado se ainda acredita que a Portuguesa pode se recuperar, Anderson diz que sim, mas que o clube precisa trabalhar para trazer novos investimentos.

- Dá para acreditar na recuperação. A Portuguesa tem uma camisa muito forte, mas tem que explorar isso para trazer recurso. Não dá para achar que só a camisa vai resolver, o peso da camisa não garantirá o acesso. Tem que ter condição, dinheiro. Eu queria muito subir com a Portuguesa, mas não consegui - contou.

Após desligar-se da equipe lusitana, Anderson diz que já recebeu ligações de outros clubes, mas conta que não tem pressa para encontrar o trabalho 'ideal'.

- Meu objetivo sempre foi chegar no time profissional, me preparei para isso. Tenho pessoas trabalhando em meu nome, chegou até uma situação para mim, mas não me interessou, eu quero coisa que eu acho que vai ser bom para minha carreira, para o meu trabalho. Não tenho pressa para encontrar um novo clube, mas quero dar continuidade na carreira de técnico - concluiu.

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