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Com ídolos, show e clima eleitoral, Verdão festeja seus 102 anos

Craques do passado, como Evair, se misturaram a jogadores do presente, como Prass. Nobre não confirma candidato, mas já escolheu Galiotte e fala da sucessão em discurso

26 ago 2016 - 13h02
(atualizado às 15h18)
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O Palmeiras comemorou seus 102 anos, completados nesta sexta-feira, com o tradicional banquete de aniversário na capital paulista, quinta à noite. A festa no Espaço das Américas teve show da banda Os Paralamas do Sucesso, reuniu jogadores do passado e do presente e já deu início ao clima eleitoral para o pleito que decidirá o próximo presidente, em novembro. Embora Paulo Nobre não tem anunciado publicamente, no clube já se sabe que o vice-presidente Maurício Galiotte será o candidato da situação.

Em seu último discurso como presidente, Nobre lembrou das dificuldades que teve nos primeiros meses de mandato, em 2013, mas enumerou conquistas de sua gestão - como o maior patrocínio do futebol brasileiro, da Crefisa/FAM -, disse que seu substituto encontrará "um Palmeiras muito mais administrável" e pediu que todos "permaneçam unidos em torno do Palmeiras".

O Verdão fez diversas homenagens ao longo da celebração. Ary Mantovani, que jogou no clube entre 1945 e 1949, foi ao palco para receber uma placa em referência aos dois gols olímpicos que marcou em uma mesma partida, um feito histórico. Brandãozinho, último remanescente do elenco campeão da Copa Rio de 1951, também foi condecorado. O troféu deste torneio, aliás, estava exposto bem na entrada.

Flávio Conceição, Elivelton, Luizão, Galeano, Velloso e Cafu representaram o elenco campeão paulista de 1996, que recebeu aplausos dos convidados. Evair e Galeano também marcaram presença. O mais festejado, porém, foi o goleiro Fernando Prass. Ele foi chamado ao palco duas vezes: primeiro para receber a homenagem que o clube fez aos atletas que o representaram nos Jogos Olímpicos e depois pelo título da Copa do Brasil de 2015. Leandro Pereira, Barrios, Gabriel Jesus, Dudu, Gabriel, Egídio, Vitor Hugo, Jailson, Vinicius Silvestre, Thiago Santos e Thiago Martins também compareceram.

Confira na íntegra o discurso de Paulo Nobre:

"É com muita alegria e muita honra que o Palmeiras recebe todos os senhores aqui hoje, palmeirenses e amigos do Palmeiras. É com muito orgulho que eu vejo que alguns dos grandes clubes do Brasil estão aqui representados, o que demonstra só uma coisa: rivalidade é dentro de campo.

Quando eu estava me preparando para fazer esse discurso, um filme passou na minha cabeça, tudo o que aconteceu nesses três anos e meio. Lembro muito bem quando tínhamos apenas duas semanas do primeiro mandato. Lembro que liguei para o meu grande amigo, doutor Augusto Pompeu de Toledo, dizendo que eu estava desesperado, que eu não imaginava o tamanho do Palmeiras, o tamanho da responsabilidade que passava a estar nas minhas mãos. Eu pensava: faltam ainda 98 semanas para acabar. Hoje, estamos já no segundo mandato, a 16 semanas do final, e eu percebo que o gigantismo do Palmeiras reverte absolutamente qualquer situação. Basta trabalhar com seriedade.

Eu pensei muito no que dizer a todos os senhores hoje, e a palavra é "muito obrigado". Muito obrigado a todo o grupo de diretores que estiveram do meu lado nesses três anos e meio, mesmo nos momentos mais difíceis, onde a gente foi mais criticado. Estiveram sempre firmes e remando para o mesmo lado. Não fosse os senhores, jamais o Palmeiras teria saído do lugar. Queria falar muito obrigado a todo o Conselho Deliberativo e a toda a torcida do Palmeiras, que tanto confiou no nosso trabalho. Nos elegeram em 2013 e principalmente nos reconduziram ao cargo no final de 2014, onde nossa responsabilidade aumentou muito, porque o nível de confiança depositado na gestão foi tão grande quanto o Palmeiras.

Hoje, acaba sendo meu último banquete como presidente. Fico pensando: será que as pessoas têm noção do que se passa quando se senta nessa cadeira? Quando o Palmeiras perde no domingo, todo palmeirense fala: "Não quero mais saber disso até a próxima quarta-feira, quando tem o próximo jogo". Quem dirige o clube só tem direito a uma noite de luto, porque segunda-feira os problemas são os mesmos e o Palmeiras não para.

Quando você sai do olho do furacão e olha onde nós estávamos e onde chegamos é para encher de orgulho todo palmeirense. Tivemos momentos e anos muito, muito sofríveis, e hoje somos considerados o time mais valioso do Brasil e da América Latina. Isso é um feito, acho que todo palmeirense acaba se orgulhando. Durante esse período, nós escutamos muitas coisas, como por exemplo: "Futebol não é para mané, futebol é para malandro". Hoje eu digo para os senhores, sem medo de errar: a maior malandragem do futebol é ser honesto. Porque sendo honesto você consegue atrair mais e mais negócios e não dá um passo para frente para logo em seguida dar dois para trás.

Senhores, as coisas não acontecem por acaso. É muito trabalho. Foi trabalhando com muita seriedade que chegamos ao final da primeira gestão, depois de muita dificuldade para conseguir sobreviver naquela Primeira Divisão, que nós, com projetos sérios e atraentes, conseguimos atrair o maior patrocinador do futebol brasileiro. Eu quero aqui, em público, agradecer muito à Crefisa e à FAM, que acreditaram não só no Palmeiras como em tudo que estava sendo plantado. Hoje, devagarzinho, nós começamos a colher. Patrocinador forte deixa o clube saudável financeiramente. Estando saudável financeiramente você consegue montar um grande elenco. Montando um grande elenco é natural que sua arena fique sempre cheia. Está certo que a arena é muito cara, mas quando ela fica cheia e é bem administrada, pode gerar também muitos recursos. Uma arena cheia acaba gerando um programa de sócio-torcedor muito forte, e hoje nós temos o mais rentável do Brasil. Em suma, nós acabamos gerando aquele tão esperado ciclo virtuoso, e com ciclo virtuoso tudo o que o Palmeiras acaba promovendo se envolve nessa atmosfera de otimismo, como o aplicativo do Palmeiras, com número absurdo de downloads, ou a TV Palmeiras, ou a Família Palmeiras. Acreditamos e provamos que responsabilidade gera sucesso econômico, e o sucesso econômico naturalmente geral sucesso esportivo, que é o objetivo da Sociedade Esportiva Palmeiras.

É natural, se aproximando as eleições, que as pessoas fiquem ansiosas pelo que vai acontecer com o futuro do Palmeiras. O que eu posso dizer a todos os senhores é: "Calma, palmeirense! Com certeza absoluta, o próximo presidente vai pegar um clube muito mais administrável do nós que pegamos e certamente fará uma grande gestão". Eu só faço um pedido para vocês. Vamos permanecer unidos em torno do Palmeiras, vamos apoiar a próxima gestão para que ela possa fazer o melhor possível.

O Palmeiras, senhores, é o verdadeiro Verdão do mundo. O Palmeiras é o clube verde mais popular do planeta. Nós somos, sem dúvida nenhuma, a maior família do mundo. Ano passado eu disse aos senhores que a tendência econômica já havia sido revertida e que o Palmeiras administrativamente já era outro, mas faltavam as conquistas esportivas. Conquistamos com muita galhardia no fim do ano passado a Copa do Brasil, o 12º título nacional da nossa história. Queria parabenizar a todos os envolvidos nessa conquista. Queria parabenizar principalmente os jogadores, mas também todos os profissionais, todos os estatutários, e principalmente toda essa torcida maravilhosa, que conduziu o Palmeiras, a cada jogo, a cada dificuldade, às vitórias.

E aí eu pergunto aos senhores: estamos satisfeitos? E eu respondo: jamais! Porque o Palmeiras, senhores, é um time sem limites. Muito obrigado"

Lance!
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