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Ex-árbitros criticam pênalti marcado com auxílio de vídeo

Instrutor da Escola Nacional de Arbitragem e ex-árbitros definem como inaceitável uso de 'recurso tecnológico' na vitória do Kashima Antlers sobre o Atlético Nacional

14 dez 2016 - 12h39
(atualizado em 15/12/2016 às 07h27)
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O histórico triunfo por 3 a 0 que o Kashima Antlers aplicou sobre o Atlético Nacional, nesta quarta-feira, pela semifinal do Mundial de Clubes, ganhou dimensões internacionais também graças à interferência da arbitragem. O primeiro gol, marcado por Doi, aconteceu após o árbitro Viktor Kassai (Fifa/HUN) assinalar um pênalti graças ao auxílio do recurso tecnológico.

Porém, o lance, inédito na história do torneio, rendeu uma polêmica que correu o mundo, pois, no início da jogada, Nisshii Daigo voltava em impedimento. Representante da Conmebol no Ifab e Instrutor Técnico da Escola Nacional de Arbitragem, Manoel Serapião Filho admitiu falta de orientação de quem realizou o uso tecnológico, mas não crê em uma retrocesso:

"Pode servir como uma grande lição. Foi um erro inaceitável, e talvez o árbitro de vídeo não tenha sido devidamente orientado. Ele precisava apontar um impedimento, e não o pênalti. O recurso de vídeo deve ser utilizado para lances claros e indiscutíveis, e não de interpretação", afirmou o ex-árbitro, ao LANCE!.

'Fifa está completamente perdida em sua análise', diz o ex-árbitro José Roberto Wright
'Fifa está completamente perdida em sua análise', diz o ex-árbitro José Roberto Wright
Foto: EFE

Ao LANCE!, o ex-árbitro José Roberto Wright definiu o uso da tecnologia como "mambembe", e previu que os erros de árbitros de vídeo podem ser ainda mais frequentes em outras competições:

"Quando vemos em um torneio como este, com tantas câmeras, segue a possibilidade do erro, imagina o que pode acontecer em competições com menos recursos tecnológicos! Em relação à jogada, houve de fato um impedimento, enquanto o lance do pênalti marcado, tenho dúvidas, mais um encontrão entre os dois."

Especialista em Arbitragem da Academia LANCE!, Wright também não poupou críticas à Fifa sobre a forma como o recurso tecnológico surgiu:

"A maneira como houve o uso do vídeo também comprova que a Fifa está completamente perdida em sua análise. Não é permitido na regra do jogo voltar atrás uma partida. Isto dá margem para acontecer uma infração maior."

Comentarista da Rede Globo, Arnaldo Cezar Coelho também questionou a orientação do árbitro de vídeo:

"O jogador que estava impedido, volta e passa a interferir na jogada. O calço acontece quando ele sofreu um tranco do adversário. O árbitro de vídeo tinha de orientar o juiz, mas não o fez."

O ex-árbitro definiu a ideia como bem intencionada, mas mal executada:

"Infelizmente, é uma boa ideia, mas é um brinquedo novo que entregaram na mão de irresponsáveis. Interferiram na arbitragem de um árbitro da Fifa. O gol teve interferência no jogo, e em um jogo de Mundial! Foi uma grande lambança."

Comentarista da Fox Sports, Carlos Eugênio Simon limitou-se a avaliar a jogada. Aos seus olhos, o pênalti foi bem assinalado:

"Quando a bola é alçada para a área, o jogador Nishi Daigo está adiantado, em impedimento. Porém, a bola originalmente não vai para ele, e sim para outro companheiro, na mesma linha de Berrio. Portanto, o que caracteriza é que houve a infração, o pênalti foi bem marcado."

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